Metanol: riscos, diferenças químicas e impactos à saúde

O metanol é um tipo de álcool semelhante ao etanol, presente nas bebidas alcoólicas comuns, mas com estrutura química distinta e efeitos devastadores. Enquanto o etanol possui dois átomos de carbono, o metanol tem apenas um, o que altera completamente a forma como o corpo humano o metaboliza. Esse detalhe torna a substância extremamente tóxica […]

30 set, 2025
Foto destaque: Bebidas alcoólicas (Reprodução/Instagram/@cnnbrasil)
Foto destaque: Bebidas alcoólicas (Reprodução/Instagram/@cnnbrasil)
Drinks alcoólicos

O metanol é um tipo de álcool semelhante ao etanol, presente nas bebidas alcoólicas comuns, mas com estrutura química distinta e efeitos devastadores. Enquanto o etanol possui dois átomos de carbono, o metanol tem apenas um, o que altera completamente a forma como o corpo humano o metaboliza. Esse detalhe torna a substância extremamente tóxica e insegura para consumo humano, ainda que seja incolor, inflamável e com odor parecido ao do álcool etílico.

Casos recentes de intoxicação

No Brasil, episódios recentes de envenenamento por metanol chamaram a atenção, resultando em mortes e sequelas graves. Situações semelhantes foram registradas em outros países, como no Laos, onde turistas australianas e europeus perderam a vida após consumir bebidas adulteradas. Esses casos reforçam a gravidade do risco, já que pequenas quantidades podem causar danos irreversíveis. O envenenamento não é tão raro e está frequentemente ligado à adulteração deliberada de bebidas.

O etanol, ao ser metabolizado, gera acetato, substância utilizada pelo corpo para produzir energia. Já o metanol se transforma primeiro em formaldeído e depois em ácido fórmico, altamente nocivo. Esse ácido envenena as mitocôndrias, responsáveis pela energia das células, levando a complicações como acidose metabólica. Entre os sintomas estão náuseas, dor abdominal, perda de consciência e até falência respiratória. A retina, altamente sensível, pode ser afetada, resultando em cegueira permanente.

Apesar da gravidade, a morte não é inevitável quando a ingestão é pequena e o atendimento é rápido. O tratamento inclui suporte intensivo, como ventilação mecânica, e pode envolver medicamentos como o fomepizol, que bloqueia a formação do ácido tóxico. Em casos mais severos, a diálise é empregada para remover o metanol e seus metabólitos do organismo. No entanto, mesmo com intervenção médica, sequelas visuais graves ainda podem ocorrer.


Casos de intoxicação por Metanol (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)


Presença em bebidas adulteradas

O metanol pode estar presente em bebidas destiladas ou fermentadas de maneira inadequada. Em alguns casos, é adicionado ilegalmente para aumentar o teor alcoólico, tornando-se ainda mais perigoso. Métodos tradicionais de produção de cervejas e vinhos de frutas também podem gerar quantidades tóxicas, dependendo dos ingredientes e processos. Autoridades de saúde recomendam cautela ao consumir bebidas artesanais em regiões onde a fiscalização é frágil.

Para reduzir riscos, especialistas sugerem consumir apenas bebidas de estabelecimentos confiáveis e evitar produtos de origem caseira ou duvidosa. O governo australiano, por exemplo, alerta turistas a preferirem marcas conhecidas e a manterem cuidado especial com coquetéis preparados em locais não licenciados. A prática de experimentar bebidas locais pode parecer atraente, mas envolve riscos reais quando há possibilidade de contaminação com metanol.


Recomendação do Ministério da Justiça busca minimizar os casos (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)


Os casos de intoxicação revelam um problema global que ultrapassa fronteiras. De tragédias no sudeste asiático a episódios recentes no Brasil, o consumo acidental de metanol continua a representar ameaça significativa. O desafio está tanto na fiscalização da produção quanto na conscientização dos consumidores. Mais do que nunca, a informação é essencial para prevenir novas vítimas e reforçar que, ao contrário do etanol, o metanol não deve jamais ser ingerido.

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