Maria Gladys é encontrada desorientada em MG e filho revela abandono familiar

A atriz Maria Gladys, com 84 anos, foi localizada confusa no município de Santa Rita de Jacutinga, em Minas Gerais. Em meio a dificuldades financeiras e questões de saúde mental, a atriz veterana da televisão brasileira atravessa uma fase complicada, sem auxílio dos filhos e sem recursos para voltar ao Rio de Janeiro, onde residia antes.

Encontro em Santa Rita do Jacutinga

A atriz Maria Gladys, famosa por sua destacada carreira na televisão brasileira, foi recentemente encontrada confusa e solicitando ajuda em Santa Rita de Jacutinga, no interior de Minas Gerais. Aos 84 anos, a artista estaria passando por dificuldades financeiras e em uma situação de vulnerabilidade.

De acordo com dados publicados pelo colunista Pablo Oliveira, da Tupi FM, a artista veterana se encontra atualmente em uma pousada na cidade, sem possibilidades de voltar ao Rio de Janeiro


Registro da atriz em casa (Vídeo: Reprodução/Instagram/@mariagladysoficial)


O caso gerou comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre o abandono de artistas idosos no Brasil. Glayson Gladys, filho da atriz, deu declarações contundentes à imprensa, revelando que a mãe não recebe apoio da família e enfrenta problemas de saúde mental.

“Minha mãe não está bem da cabeça. Morou comigo por dez anos, depois voltou para o Rio e ficou na casa da minha irmã, que hoje vive nos Estados Unidos. Desde então, está sem rumo”, afirmou.

Conflitos familiares e recusas

Glayson também contou que Maria Gladys chegou a viver em uma casa herdada em Cabo Frio, mas o imóvel foi vendido pelas irmãs, que, segundo ele, gastaram todo o dinheiro.

“Depois mandaram minha mãe pra cá. Agora ela está perdida, sem dinheiro. Ela gastou o que tinha da herança e da aposentadoria. Quer voltar (ao Rio), mas não tem grana nem pra passagem. E eu não vou ajudar.

Ele afirmou ainda que não pretende ajudá-la financeiramente.


Atriz Maria Gladys e Jô Soares (Foto: reprodução/Instagram/@mariagladysoficial)

O filho destacou que a opção pelo Retiro dos Artistas foi oferecida, mas recusada pela própria Maria Gladys. Segundo Glayson, a mãe acusa uma das filhas de ter utilizado parte do dinheiro da atriz para comprar uma casa no Vidigal.

Diz que lá é lugar de gente esperando pra morrer. Mas não quero me meter. Pra mim, são três loucas: minhas duas irmãs e minha mãe. Eu fui criado pelos meus avós. Se ela não quer ajuda, não posso fazer nada”, concluiu.

O caso levanta preocupações sobre o amparo social e familiar de artistas idosos e evidência a necessidade de políticas públicas e iniciativas mais eficazes de acolhimento.

Falta de saneamento básico causa mais de 300 mil internações no Brasil em 2024

Um levantamento do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta quarta-feira (19), escancara a precariedade do saneamento básico no Brasil. Apenas em 2024, a falta de infraestrutura levou à internação de mais de 300 mil brasileiros, vítimas de doenças como diarreia, verminoses, infecções de pele e enfermidades transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya.

Crescimento lento do saneamento básico no Brasil

O crescimento do saneamento básico no país tem sido lento. Entre 2006 e 2022, o acesso à água tratada no Brasil teve um avanço muito pequeno, crescendo apenas 4,6%. A coleta de esgoto melhorou, em média, apenas 1% ao ano. Já o tratamento de esgoto evoluiu ainda menos, aumentando só 14% em 16 anos. O que mantém boa parte da população brasileira ainda sem acesso à coleta ou tratamento de esgoto.

“Nós investimos R$ 111 por ano por habitante em saneamento básico e deveríamos estar investindo R$ 231 por ano por habitante. E por que é um investimento? Porque é um investimento que vai reduzir custo com saúde. Esse estudo desenvolvido pelo Trata Brasil aponta que nós gastamos, em 2024, R$ 174 milhões com as internações por doenças associadas à falta do saneamento básico”, afirma Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

Disparidades regionais e populações mais afetadas

A população mais afetada por essa problemática é a de menor posição socioeconômico, a falta de saneamento básico revela desigualdades profundas no país. Estima-se que 4 milhões de brasileiros não possuam sequer um banheiro em casa. 

Comunidade indígena que se localiza próxima a maior capital do país, São Paulo, só recebeu suporte para instalação de banheiros recentemente através do apoio de uma ONG. Segundo líder da comunidade indígena, a instalação dos banheiros para suporte de 16 famílias ajuda principalmente quando está chovendo, pois quando tem banheiro se sabe exatamente aonde ir.


Homem pegando água de fonte duvidosa (Foto: reprodução/Tercio Texeira/Getty Images Embed)


Refletindo a realidade de aproximadamente 100 milhões de brasileiros que vivem em situações precárias, o Maranhão que lidera o ranking de doenças relacionadas ao saneamento inadequado. O qual o órgão responsável do Estado afirmou que está realizando investimentos que amplie a cobertura e que atualmente beneficia 1,2 milhão de famílias.

Já em São Paulo, a Sabesp, a empresa que administra 375 municípios no estado, prevê a universalidade dos serviços até 2029, alcançando áreas informas e rurais, como aldeias indígenas.

Além da vulnerabilidade social, a faixa etária também revela vitimas, crianças e idosos apresentam casos mais graves, necessitando de hospitalização. Entre os internados, cerca de 70 mil eram crianças de até quatro anos, representando 20% do total.

O Instituto Trata Brasil estima que, com a ampliação da oferta de água tratada e da coleta e tratamento de esgoto, o número de internações poderia ser reduzido em quase 70%, gerando uma economia de R$ 43,9 milhões anuais para o sistema de saúde.

A pesquisa foi divulgada às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, reforçando a urgência de investimentos para garantir acesso universal ao saneamento básico no Brasil.