A Supernova que não morreu: o enigma de uma estrela que brilha por séculos

Barbara Souza Por Barbara Souza
4 min de leitura
Foto Destaque: Após 840 Anos, Supernova rara de tipo Iax é Identificada na Via Láctea (Reprodução/NASA)

Cientistas, incluindo Takatoshi Ko, da Universidade de Tóquio, e Albert Zijlstra, da Universidade de Manchester, identificaram uma “estrela zumbi” na Via Láctea, remanescente de uma supernova que explodiu em 1181. O fenômeno é raro e pertence à categoria de supernovas do tipo Iax.

O evento ocorreu há mais de mil anos, tendo sido registrado por astrônomos da China e do Japão. O remanescente da supernova foi localizado na constelação de Cassiopeia, a cerca de 7.000 anos-luz da Terra.


A nebulosa remanescente da SN 1181 (Foto: reprodução/NASA)

Por meio de telescópios avançados e modelos computacionais, cientistas, reconstruíram a história da SN 1181, sugerindo que duas anãs brancas colidiram, mas não detonaram completamente, deixando para trás uma estrela zumbi. Este estudo é crucial para entender a formação estelar e planetária.

A descoberta da estrela zumbi na Via Láctea

Durante o evento original, ocorrido no ano de 1181, uma explosão estelar iluminou o céu noturno por aproximadamente seis meses. Esse fenômeno foi documentado por astrônomos da China e do Japão, que o descreveram como uma “estrela convidada” devido à sua aparência temporária no céu. Uma equipe internacional de astrônomos fez uma descoberta ao identificar os restos de uma supernova que explodiu há mais de mil anos e a localização exata do remanescente foi confirmada em 2021 por Albert Zijlstra.

A equipe de cientistas foi liderada por Takatoshi Ko, doutorando em astronomia na Universidade de Tóquio, e Albert Zijlstra, professor de astrofísica da Universidade de Manchester. Utilizando telescópios modernos e técnicas avançadas de modelagem computacional, eles conseguiram identificar a SN 1181 como uma supernova do tipo Iax. Esta categoria rara de supernovas é caracterizada por explosões estelares incompletas, resultando em remanescentes incomuns, como a estrela zumbi detectada no centro da nebulosa.

Como essa descoberta foi realizada e sua importância

Em 2013, o astrônomo amador Dana Patchick descobriu uma nebulosa incomum ao pesquisar arquivos do telescópio espacial Wise da NASA. Em 2021, Zijlstra fez a conexão entre essa nebulosa e os registros históricos da supernova SN 1181. A equipe liderada por Takatoshi Ko realizou comparações detalhadas e criou modelos computacionais que simularam a evolução do objeto desde a explosão.

A equipe determinou que a SN 1181 pertence à rara classe de supernovas do tipo Iax, que ocorre quando duas anãs brancas colidem violentamente, mas não conseguem explodir completamente, resultando em uma “estrela zumbi”, uma estrela anã branca que continua emitindo radiação, apesar de não ter sido destruída pela explosão.


Detalhes da SN1181 (Foto: reprodução/NASA)

Essa descoberta é extremamente importante porque fornece uma rara oportunidade de estudar os processos cósmicos que levam à formação de elementos pesados e à evolução das estrelas. Além disso, a SN 1181 é o único exemplo conhecido de uma supernova do tipo Iax na Via Láctea, tornando-se uma peça-chave para os estudos astrofísicos.

Outra descoberta da pesquisa foi a detecção de um vento estelar de alta velocidade, que começou a soprar da estrela zumbi há apenas 20 anos atrás. Esse fenômeno inesperado foi detectado em estudos conduzidos por Ko e sua equipe e levanta novas questões sobre a dinâmica das supernovas e a evolução das estrelas remanescentes.

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