Coreia do Sul testa inteligência artificial para rastrear casos de Covid-19

Wagner Edwards Por Wagner Edwards
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A Coreia do Sul anunciou recentemente à Reuters um plano para utilizar algoritmos de IA e tecnologias de reconhecimento facial nos cidadãos de Bucheon a fim de detectar os movimentos de pessoas infectadas pelo Covid-19, verificar se utilizam máscaras e com quem tiverem algum contato próximo. A medida possui previsão para entrar em vigor no início de janeiro de 2022, segundo relatório enviado ao Ministério da Ciência e Tecnologia da Informação e Comunicação do país.

Consoante a proposta de 110 páginas entregue ao ministério, a tecnologia de reconhecimento facial deve coletar e analisar as imagens fornecidas pelas mais de 10 mil câmeras instaladas na cidade. Esse monitoramento será capaz de sondar simultaneamente dez pessoas entre cinco a dez minutos –– uma redução demasiada de tempo, pois a vistoria manual levava cerca de meia hora a uma hora por pessoa, segundo informa o documento.


Câmeras de vigilância numa rua. (Foto: Reprodução/Michał Jakubowski).


O projeto é financiado nacionalmente: Bucheon recebeu a quantia de 1,6 bilhões de wons (aproximadamente 1,36 milhão de dólares) do ministério e injetou mais 500 milhões de wons (o equivalente a 420 mil dólares) do orçamento da cidade para arquitetar o sistema do projeto, segundo uma informação cedida por um funcionário público de Bucheon.

Em contrapartida, defensores dos direitos humanos e alguns parlamentares sul-coreanos temem que o governo preserve os dados obtidos pelos dispositivos e os utilize para outras razões –– além da saúde dos cidadãos –– quando a pandemia terminar.

“O plano do governo de se tornar um Big Brother sob o pretexto da Covid é uma ideia neototalitária”, relatou à Reuters o parlamentar Park Dae-chul, membro do principal partido de oposição, o intitulado Poder Popular.

Um dos trabalhadores da cidade admitiu não estar preocupado com a possibilidade de sua privacidade ser violada, pois o sistema de tecnologia do projeto insere um mosaico sobre os rostos das pessoas monitoradas. “Os rastreadores de contato seguem essa regra para que não haja risco de vazamento de dados ou invasão de privacidade”, concluiu.

De acordo com a Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA), o uso desse tipo de tecnologia é legal somente se utilizada mediante a lei de controle e prevenção de doenças.

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A técnica de varredura para reconhecimento facial já está presente na Coreia do Sul há algum tempo, utilizada para identificar desde abuso infantil em creches ao fornecimento de proteção policial.

 

Foto de destaque: Reprodução/Daniel Bernard.

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