A desenvolvedora japonesa de games, Nintendo, divulgou na terça-feira (15) o plano de encerrar permanentemente as atividades de lojas virtuais para os consoles Wii e 3DS. Segundo a empresa, a partir de 23 de maio já não será mais possível adquirir qualquer artigo nessas lojas.
De acordo com a firma, a medida faz “parte do ciclo natural de vida de qualquer produto à medida que ele é menos usado pelos consumidores”.
O console Wii U é um dos aparelhos da marca que menos arrecadou lucro. Consoante os dados da empresa, foram comercializadas 13,56 milhões de unidades do dispositivo desde seu lançamento no ano de 2012 –– ao contrário de seu sucessor, o Switch, que vendeu 8 vezes mais unidades na metade do tempo. Segundo as estatísticas de mercado, nenhum jogo novo foi lançado para este dispositivo desde 2020.
Em contrapartida, o console 3DS, oficialmente lançado em 2011, vendeu mais de 75,9 milhões de unidades e recebeu novos jogos até o ano passado. Contudo, desde o lançamento do Switch, em 2017, o número de lançamentos de novos games vem caindo exponencialmente.
Console do Nintendo Switch. (Foto: Reprodução/Magazine Luiza).
Para colecionadores e pesquisadores da história dos games, a decisão do encerramento das lojas é motivo de preocupação, isso porque pode implicar que centenas de jogos desapareçam do mercado para sempre.
Segundo o levantamento elaborado pelo site Videogame Chronicle, mais de mil jogos exclusivos dos modelos Wii U e 3DS, lançados apenas em versão digital, ficarão fora do mercado. Alguns exemplos são os jogos: Dr Luigi, Pokémon Rumble U, e Pokémon Picross.
Ainda, as versões físicas dos jogos também correm perigo: os discos, componentes eletrônicos dos consoles, e cartuchos podem se tornar inutilizáveis dentro de 15 a 20 anos em virtude da degradação natural da matéria utilizada para produzi-los.
Uma das respostas para resolver este problema seria se as grandes empresas resolvessem investir em emuladores para os consoles antigos. Tais programas de computador dariam a possibilidade dos games serem reproduzidos em diferentes dispositivos eletrônicos.
O CEO da divisão de jogos da Microsoft, Phil Spencer, disse em entrevista à Axios que vê nesses programas um bom caminho para a indústria preservar melhor o seu passado.
Foto de destaque: logo da Nintendo. Divulgação/Nintendo.