Robô vivo se torna capaz de se reproduzir

Carlos Eduardo Miranda Por Carlos Eduardo Miranda
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Segundo o Insider, o grupo de cientistas que criaram os primeiros robôs vivos do mundo, os Xenobots, encontraram uma maneira de seus robôs se reproduzirem por conta própria e sem controle ou influência humana.

 

Os robôs, segundo a declaração do cientista Sam Kriegman ao Insider, recebem esse nome, pois apesar da palavra lembrar coisas industriais ou feitas de metal, o termo na verdade é bastante amplo, se referindo a qualquer máquina que faz “trabalho físico útil” no mundo. A máquina no caso é composta por células-tronco de uma rã africana com garras, nome científico sendo Xenopus laevis. Cada uma dessas células tem cílios, pequenos pelos, que os permitem se movimentar por uma placa de Petri.

 

Além de Sam Kriegman, também houve a ajuda de pesquisadores afiliados com o Instituto Wyss para Engenharia Biologicamente Inspirada da Universidade Harvard, com a Universidade de Vermont e com a Universidade Tufts.

 

“Tentamos descobrir que trabalho útil eles poderiam fazer e uma das coisas que descobrimos foi limpar pratos” diz Kriegman.


Xenobots (Foto: Universidade de Vermont / Reprodução)


Um experimento foi colocar partículas de corante e contas de ferro revestidas de silicone na placa de Petri. Em seguida eles analisaram o que os Xenobots fariam e, com pequenos movimentos, eles passaram a empilhar os detritos, como se fossem escavadeiras.

 

“Eu disse: ‘Meu Deus, isso é incrível. O que acontece quando eles fazem as pilhas. O que as células se tornam quando são pilhas?’ Não sabíamos” diz Kriegman após conduzir, junto com seu colega Douglas Blackiston, um novo experimento, dessa vez adicionando mais células, do mesmo tipo que os Xenobots foram feitos.

 

“Descobrimos deixando essas pilhas se desenvolverem ao longo de alguns dias e, em seguida, trazendo-as para um novo prato e vendo se podem se mover. E parece que isso é possível” foram as conclusões do cientista.

 

“Se houver células-tronco suficientes em uma pilha, elas começarão a se desenvolver e se compactarão em uma esfera. Eles vão desenvolver cílios, e isso permite que eles se movam e, em alguns casos, também façam pilhas adicionais, e essas pilhas se tornam seus descendentes.”

 

No começo essa “reprodução” estava acontecendo sem interferência, porém para que os pesquisadores tenham maior consistência e controle usaram inteligência artificial. O modelo computadorizado que simula as células-tronco revelou que eram muito mais eficientes para se reproduzir no formato de Pac-Man.

 

Kriegman disse que um dos objetivos do projeto é entender como alguns animais regeneram diferentes partes, como o ser humano regenera o fígado enquanto a salamandra regenera membros inteiros.

 

“Se soubéssemos como dizer a coleções de células o que queremos que façam, seria medicina regenerativa — essa é a solução para lesões traumáticas, defeitos de nascença, câncer e envelhecimento” diz Michael Levin, biólogo da Universidade Tufts e colíder da pesquisa.

 

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Kriegman também disse que o próximo passo da pesquisa é adicionar algum orgão sensorial nos Xenobots. O estudo é publicado oficialmente pelo Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), revista científica dos EUA, e apoiado pela Defense Advanced Research Projects Agency (Darpa).

Foto destaque: Pixabay / mariananbu

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