O gerador de conversas da OpenAI, ChatGPT, movimentou o campo da tecnologia nos últimos meses desde o seu lançamento em novembro do ano passado. O sistema conversacional gerou dúvidas quanto a sua funcionalidade e os efeitos do chatbot. Incluindo o grupo de investimento que analisa como usar a ferramenta de inteligência artificial nas operações financeiras.
Ainda que a tecnologia ChatGPT não possua a característica de auxiliar investimentos em específico, ela pode ajudar a solucionar dúvidas sobre o assunto, sobretudo aos iniciantes nesta área. Contudo, é necessário entender como interpretar as informações.
SIstema de conversa da OpenAI é usado no campo de investimentos (Foto: Reprodução/Pexels)
Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar, ao ser entrevistada pela revista Forbes, apresentou dicas a respeito do uso da inteligência artificial e os possíveis riscos aos investidores. Ela ressalta o quão importante é lembrar que o cenário na hora de investir deve ser observado. Tendo isto em vista, é necessário alinhar pontos como o perfil do investidor, seus objetivos, liquidez e sobretudo a conjuntura econômica atual ou futura que muda rapidamente, antes de aplicar o dinheiro.
“O fato de o ChatGPT trabalhar com uma base de dados alimentada até o ano de 2021 pode gerar uma orientação desalinhada com o cenário econômico atual, trazendo recomendações diferentes das necessárias para o momento que vivemos”, afirma Wanessa Guimarães.
A planejadora ainda realizou testes com a ferramenta para analisar o posicionamento da mesma quanto ao perfil do investidor voltado para uma carteira conservadora. Segundo Guimarães, as informações não estavam alinhadas ao perfil proposto, o resultado obtido se enquadra em dois ativos, os fundos multimercados e de dividendos, que podem ser associados a renda variável, o que foge da proposta dos investidores conservadores.
Ela alerta: “Uma orientação indevida pode levar o cliente a ter perdas com um cenário de volatilidade ou fazer escolhas desalinhadas com seu perfil de investidor”. Para Wanessa boa parte dos resultados favoráveis são frutos de um bom planejamento financeiro, e a partir dele entender a necessidade do investidor com base nos ganhos, perspectivas futuras, valores e a regularidade das aplicações.
Guimarães ainda diz que para além dos dados fornecidos é importante calcular as taxas projetadas de inflação e juros futuros, como forma de garantir que o cliente alcance a acumulação de patrimônio necessária. “A ferramenta, apesar de ser inovadora, não consegue fornecer essas informações de forma segura aos usuários podendo gerar uma frustração em seus planos, impactar em perdas patrimoniais em ativos de risco ou não obter a rentabilidade necessária para seus investimentos.”, completa a planejadora financeira.
De modo geral, o melhor caminho é se aprofundar no tema antes de dar qualquer passo, além de procurar um profissional no campo de finanças, sugestão indicada pela própria tecnologia ao fim das perguntas sobre o assunto.
Foto destaque: ChatGPT, ferramenta conversacional. Reprodução/Pexels