Você conhece o Projeto-A119? O plano americano de explodir a lua

Rafael Casemiro Por Rafael Casemiro
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Os anos 50 foram marcados pela disputa ideológica, tecnológica e, indiretamente, militar entre Estados Unidos e a então União Soviética. Estes combates indiretos pelo domínio mundial das ideologias de Estados Unidos e União Soviética ficou conhecido como a Guerra Fria.

Apesar de os norte-americanos possuírem vantagem tecnológica em armamentos nucleares, a União Soviética foi quem tomou a dianteira na corrida espacial. Em 1957, a URSS lançou o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial que entrou na órbita da Terra. Em dezembro do mesmo ano, a URSS lançaria o Sputnik 2, transportando a cadela Laika.

Os soviéticos foram os pioneiros em satélites espaciais, os primeiros a enviar seres vivos para o espaço, e os primeiros a colocar uma sonda na órbita do Sol. A URSS ainda enviou o primeiro homem ao espaço, Yuri Gagarin, a bordo do Vostok-1.

A grande, e única, conquista dos americanos foi com a famosa missão do Programa Apollo, que levou Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins para a lua. Os astronautas foram os primeiros homens a pisarem no satélite natural.

Apesar de muitas pessoas conhecerem o Projeto Apollo, poucas pessoas conhecem seu antecessor, o Projeto-A119. O projeto foi iniciado no final dos anos 1950 e tinha como objetivo detonar duas bombas de Hidrogênio na Lua. Hoje, a ideia pode parecer uma bizarrice, porém em um contexto em que os norte americanos estavam ficando para trás na corrida espacial, fazia sentido colocar o plano em ação, sendo uma demonstração de poder armamentista nuclear e de avanço tecnológico espacial, em um só projeto.


Símbolo do Projeto A-119


O plano começou a ganhar força quando se espalhou um boato de que os soviéticos estavam planejando a exata mesma coisa. Com medo que os russos avançassem primeiro, o governo americano logo consultou o Dr. Leonard Reiffel. Segundo Reiffel, o alto escalão americano almejava que as explosões pudessem ser vistas da superfície da Terra.

Nasceu então o Projeto-A119, com mais de 200 páginas que seria assinado por mais de 10 astrônomos e físicos, incluído o renomado Carl Sagan.

O projeto foi considerado por todos os especialistas como viável, porém, o projeto foi descontinuado em 1959, por receio das consequências que explosões de tamanha magnitude podiam causar. A verba que era dedicada ao A-119 foi redirecionada ao projeto Apollo. Em 1967 foi assinado um tratado internacional proibindo a explosão de armamentos nucleares.

Foto Destaque:  Cartaz de “Viagem á Lua” de George Meliès

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