Descoberta de estrela hiperveloz revela novo mistério cósmico

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
3 min de leitura
Foto Destaque: Via Lactea (Reprodução/Tony Rowell/Getty Images Embed)

Uma nova pesquisa revelou a descoberta de uma estrela que viaja pela Via Láctea a uma velocidade tão alta que pode escapar da gravidade da galáxia e entrar no espaço intergaláctico. A estrela foi detectada durante o projeto Backyard Worlds: Planet 9, e chamada de CWISE J124909.08+36211.0 (ou J1249+36), e viaja a impressionantes 600 Km/s, sendo aproximadamente três vezes mais rápida que o Sol.

Estudos sobre a estrela

Estudos sugerem que J1249+36 é uma estrela de massa muito baixa, possivelmente uma subanã L, que é muito mais fria e menos luminosa que o Sol. Essa descoberta é particularmente empolgante porque, embora estrelas de hipervelocidade tenham sido teorizadas desde 1988 e observadas desde 2005, estrelas de massa baixa com tais velocidades são extremamente raras.


Imagens tiradas pelo James Webb (Foto: reprodução/Nasa/Getty Images Embed)


O grupo de cientistas que encontrou o objeto analisou os dados do Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, e as observações subsequentes confirmaram sua alta velocidade e trajetória. A estrela pode ter sido ejetada de um aglomerado globular ou de um sistema binário de anãs brancas e supernovas. Essas possíveis origens são investigadas para entender melhor a natureza do objeto e o processo que pode ter levado a essa velocidade impressionante.

O que essa descoberta impacta

Essa descoberta fornece insights sobre estrelas em alta velocidade e baixa massa, e também pode ajudar a revelar a presença de aglomerados globulares não descobertos e a história evolutiva da nossa galáxia. Os astrônomos esperam que futuras observações ofereçam mais detalhes sobre a composição e o caminho de J1249+36, o que pode lançar nova luz sobre a dinâmica estelar e a formação galáctica.

Os pesquisadores agora estão analisando a composição química de J1249+36 para determinar sua origem exata. Elementos pesados criados em explosões de anãs brancas ou padrões distintos encontrados em estrelas de aglomerados globulares podem  fornecer pistas sobre a trajetória da estrela e sua história. Com a ajuda de telescópios como o James Webb, que recentemente identificou anãs marrons em aglomerados globulares, os cientistas esperam identificar uma “impressão digital química” que revele se J1249+36 foi ejetada de um desses antigos sistemas estelares ou se tem uma origem diferente. Conhecimento esse que pode não apenas expandir nossa compreensão sobre estrelas hipervelozes, mas também iluminar novos aspectos da formação e evolução galáctica.

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