A costa pernambucana tem sido palco de muitos incidentes com tubarões nos últimos anos. No entanto, há um lugar que parece estar mais protegido desses ataques: Fernando de Noronha, um arquipélago famoso a cerca de 350 km da costa brasileira. O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), que monitora a situação desde 2004, registrou apenas 10 casos no arquipélago nos últimos anos, em comparação com os mais de 60 casos no continente. Nenhum dos casos em Fernando de Noronha resultou em mortes, ao contrário dos 26 casos na região costeira de Pernambuco, segundo o último levantamento.
De acordo com o oceanógrafo e professor da UFRPE, Paulo Oliveira, os incidentes são menos frequentes em Fernando de Noronha porque o ambiente é mais equilibrado. Os incidentes constantes em outras áreas costeiras geralmente estão relacionados à degradação ambiental e ao desequilíbrio ecológico. Em Fernando de Noronha, casos de ataques de tubarões são raros e são registrados apenas de forma pontual.
O arquipélago de Fernando de Noronha é completamente protegido e é considerado uma Área de Proteção Ambiental e um Parque Nacional Marinho. O ecossistema é equilibrado e a água é limpa e de qualidade. Há uma oferta diversificada e abundante de presas para os tubarões, e não há canais próximos que possam trazer tubarões para a costa, como acontece no Recife.
Tubarão-limão (Foto: Reprodução/Mundo Ecologia)
No entanto, mesmo em Fernando de Noronha, houve casos de ataques de tubarões registrados. Em dezembro de 2015, um turista paranaense perdeu a mão e parte do antebraço após ser mordido por um tubarão. No ano passado, uma menina de 8 anos também teve que amputar a perna após ser mordida por um tubarão. Ambos os ataques ocorreram na Praia do Sueste, que é um santuário de tartarugas marinhas e, portanto, monitorado regularmente.
Os incidentes também foram observados em outras praias, como Praia do Leão, de Conceição, do Bode e da Cacimba. É importante notar que os turistas devem estar cientes dos riscos ao entrar no mar e que sempre há a possibilidade de encontrar um grande predador, como um tubarão. É comum que os turistas queiram tirar fotos de cardumes de peixes, mas onde há cardumes, há a possibilidade de haver um grande predador nas proximidades.
Foto destaque: Fernando de Noronha. Reprodução/iStock