Nesta segunda-feira (4), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o país procura “construir consensos” e que também conseguirá “recuperar Essequibo”, território de fronteira com a Guiana que é alvo de disputas há mais de 100 anos. Logo após a declaração, o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, disse que se prepara para o pior, e mencionou uma “cooperação de defesa” em conjunto com nações parceiras.
Entenda a situação
No último domingo (3), a Venezuela propôs um referendo no qual 95% dos votantes presentes apoiaram a incorporação de Essequibo ao território venezuelano. O governo não é obrigado a seguir em frente com o plano, e Nicolás Maduro tem dito que não pretende invadir o país vizinho. No entanto, Guiana não está contando que o líder chavista cumpra com sua palavra, e afirma que os governantes venezuelanos são “imprevisíveis” e que não irá “baixar a guarda”.
Jagdeo também falou que está “engajando” e “coordenando esforços” com aliados visando a proteção do seu território, e definiu que o movimento é uma ação “preventiva”, e não de ataque. Segundo o ministro do Trabalho, Deodat Indar, nenhuma invasão ao país será tolerada, e o presidente de Irfaan Ali também disse que “não há o que temer”. Ele também participou de uma marcha com moradores perto da atual fronteira com a Venezuela.
Presidente de Guiana, Irfaan Ali, participando de passeata com moradores perto da fronteira. (Foto: reprodução/Instagram/@presidentirfaanaligy)
Posicionamentos de outras autoridades
Os Estados Unidos, através do seu Departamento de Estado — que exerce função semelhante a um Ministério de Relações Exteriores —, diz que é favorável a uma solução pacífica na disputa pela fronteira, e que as ações a serem tomadas por um país não podem ser determinadas por um referendo.
No Brasil, a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Gisela Padovan, afirmou estar conversando com os dois lados, e que espera uma solução pacífica para a situação.
Foto Destaque: presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deposita voto em referendo sobre a Guiana (Reprodução/Marcelo Garcia/AFP)