Mais de 10 crianças, em média, têm uma ou ambas as pernas amputadas todos os dias na Faixa de Gaza, segundo a organização Save The Children. Desde o início do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, mais de mil crianças sofreram com amputações, grande parte delas feitas sem anestesia. Para Jason Lee, diretor da entidade, “o assassinato e a mutilação de crianças são condenados como uma grave violação contra elas”.
Sistema de saúde de Gaza está paralisado
Com o início da guerra, a cidade de Gaza sofre com escassez de médicos, enfermeiros e materiais hospitalares, o que também inclui anestésicos e antibióticos. Ainda segundo Lee, até mesmo os profissionais mais experientes se sentem sobrecarregados e sofrem com o impacto ao verem crianças sentindo dores agudas sem ter equipamento necessário para aliviar a dor.
Unicef classificou Gaza como o local mais perigoso para crianças no mundo (Foto: reprodução/Abed Zagout/CNN)
Ainda por cima, nesses casos extremos, crianças têm mais probabilidade de morrer do que adultos: “Seus crânios ainda não estão totalmente formados, e seus músculos subdesenvolvidos oferecem menos proteção”, afirmou o diretor.
Problemas de desnutrição e doenças
A Unicef ainda alertou para uma ameaça tripla em Gaza: além da guerra e violência, a desnutrição e outras doenças também apresentam riscos para as crianças no local. Em indivíduos menores de 5 anos, por exemplo, os casos de diarreia aumentaram 2.000% em relação ao período antes do conflito, o que se configura como “um indicativo de que a saúde infantil na Faixa de Gaza está se deteriorando rapidamente”, de acordo com a organização.
Ainda segundo dados da entidade, 90% das crianças abaixo dos 2 anos de idades estão em estado de grave pobreza alimentar, e que muitas famílias que foram obrigadas a se deslocar do local da guerra enfrentam condições precárias de higiene, além de não terem acesso a água potável ou encanamento.
Foto Destaque: crianças palestinas aguardam dentro de um quarto em um abrigo de emergência na Faixa de Gaza (Reprodução/Eyad El Baba/Unicef)