Francis da Silva acusado de dar golpe com bitcoins diz que pagará dívidas

Caio Sergio Angelo Por Caio Sergio Angelo
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Francisley Veldevino da Silva, o Sheik dos bitcoins, em entrevista a Globo, garantiu que não vai deixar seus clientes centenas de clientes sem os seus direitos. O empresário Francis da Silva, como gosta de ser chamado, disse que ofereceu um acordo a Sasha Meneghel e ao seu marido, o cantor gospel João Figueiredo, mas o casal preferiu seguir a orientação de seus advogados e processá-lo judicialmente. Francis é alvo de um inquérito da Polícia Federal do Paraná que apura supostos crimes contra o sistema financeiro nacional e organização criminosa.


Francis da Silva, conhecido como Sheik do bitcoin fantasiado/ Reprodução: Estadão


Na conversa que aconteceu por telefone, ele também esclareceu outras situações, como a de que a iniciativa de romper a sociedade com Silas Malafaia, foi dele e não do pastor pois acreditava que a exposição pública do sócio, podia afetar o processo de recuperação da empresa, Rental Coins. O pastor, Malafaia entretanto, afirmou ao jornal que ao tomar conhecimento, de boatos sobre irregularidades, imediatamente rompeu os negócios com Francis.

O empresário é acusado por diversos clientes de sustar o pagamento do aluguel de criptomoedas desde outubro do ano passado. Francis está sendo investigado pela Polícia Federal do Paraná por suspeita de promover um esquema de pirâmide financeira disfarçada. Sasha Meneghel, filha de Xuxa, é um dos exemplos, ela briga na justiça para recuperar um investimento de R$1,2 milhão.

Na entrevista, Francis, conhecido pelos mais próximos como sheik do bitcoin, por exibir mansões, lanchas, jatos particulares e outras regalias, nega que o aluguel de bitcoins, a taxas, chegaram a 13,5% ao mês de juros, seja pirâmide disfarçada:

“Pensam sempre que é pirâmide, que é golpe. As pessoas desesperadas, acham que perderam dinheiro. Mas Francis está no Brasil e trabalha intensamente, até sábados e domingos, para normalizar (os pagamentos). Declaro tudo que tenho. Não sonego imposto. Disseram até que tomaram meu passaporte, mas ele continua comigo.”

Francis afirma que os problemas do seu grupo empresarial, do qual a Rental faz parte, começaram no final do ano passado, mas ele só teria tomado conhecimento da gravidade da situação em maio. Sem entrar em detalhes, ele atribuiu os problemas a “erros de gestão”. Uma mansão de Francis, em um balneário de Santa Catarina, está com cinco bloqueios judiciais por conta de ações impetrada por credores, mas foi colocada á venda por R$64,5 milhões. Ele explicou que delegou a gestão do aluguel de bitcoins a terceiros, para cuidar de outros assuntos de atuação do grupo, sem saber das taxas de juros oferecidas ao cliente.

– “Minhas empresas estão passando por essa situação por erros de gestão. Depois acabaram vindo os bloqueios jurídicos e o assassinato de imagem. Estou terminando uma auditoria. Terei 100% da situação das empresas.”, afirmou.

Para ressarcir seus clientes, Francis disse que está investindo em outras áreas, como a oferta de sistemas blockchein, uma rede dessas pode, por exemplo, acompanhar pedidos, pagamentos, contas, produção e permite que os membros compartilhem, em visualização única dos fatos, com todos os detalhes, trazendo uma maior confiança e eficiência:

Francis diz que parou de captar recursos de clientes com aluguel de bitcoins.

– “Me considero o maior desenvolvedor de tecnologia blockchein do país. Isso vai me recuperar. Meus clientes totais passam de 30 mil, dos quais de 60% a 70% já receberam de volta. De 20% a 30% é o problema real. Entre fevereiro e março de 2023, a empresa estará 100% redonda. Várias negociações com fundos.”

– “Não dependo de novos aportes. Tenho uma base onde estou trabalhando com outras frentes. Quem me contrata sabe que somos os melhores desenvolvedores. Fundos já trabalham com empresas que passam por essa situação. Minha ideia não é voltar a fazer captação. É deixar a empresa em ordem.”

O empresário lamentou a situação de crise que envolve Sasha Meneghel:

– “Sasha e João são pessoas extremamente maravilhosas. Tentamos três vezes fazer acordo. Fiquei chateado, estranhei a postura. Tivemos amizade pessoal, mas não quero entrar em detalhes.”

O casal, sem comentar o assunto, entrou com uma ação na justiça contra Francis.

Sobre a sociedade com o pastor Silas Malafaia, Francis disse que a iniciativa de romper a parceria foi dele e não operou com bitcoins na sociedade do pastor:

– “Não ofereci aluguel de cripto. Eu o ajudei como sistema. Desenvolvi para ele um sistema. Ele nunca veio aqui para me ver. Não tem mais nada. Eu saí da sociedade. Muitas pessoas batiam no pastor. Então, resolvi sair para não prejudicar a imagem de ambos”.

Foto destaque: Empresário Francis Silva/ Reprodução: Twitter

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