Roberto Márcio Martins de Oliveira, médico cardiologista responsável pela retirada de DIU de Jéssica Marques Vieira, de 32 anos, foi localizado e preso pela Polícia Civil de Minas Gerais em Matozinhos, na Grande BH, nesta sexta-feira (17). A clínica não tinha autorização para fazer o procedimento. O médico é suspeito de cometer abusos sexuais contra pacientes e de agredir sua ex-companheira.
Retirada de DIU
No dia 4 de novembro, por volta de 7h30, Jéssica deu entrada na clínica Med Center, em Matozinhos, para fazer um procedimento de retirada do dispositivo intra-uterino (DIU). Entretanto, cerca de duas horas após dar entrada na clínica, ela foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O pai e o marido da vítima, que a acompanharam na clínica, só souberam da morte às 14h30. Depois que a UPA comunicou o falecimento de Jéssica, seu corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte. Inconformados com a situação, pai e marido procuraram a clínica em busca de esclarecimentos, mas foram ignorados. Diante disso, eles prestaram queixa na Polícia Civil, que passou a investigar o caso.
De acordo com uma nota emitida pela Secretaria de Saúde de Matozinhos, a clínica Med Center não possui permissão para realizar procedimentos ginecológicos, sendo uma clínica habilitada exclusivamente para consultas cardiológicas. A clínica está interditada desde a última sexta, 10 de novembro.
Captura mostra fachada da clínica Med Center em Matozinhos (Reprodução/Google Street View/G1)
Médico é suspeito de cometer abusos sexuais e agressões
Em setembro deste ano, Roberto foi denunciado por uma paciente que afirma ter sido abusada sexualmente durante uma consulta. Em um “risco cirúrgico”, relacionado à especialidade de cardiologia, o médico afirmou que a paciente precisaria passar por um exame endovaginal. À polícia, ela disse que ao passar pelo procedimento, ouviu do médico falas de cunho sexual.
Prisão preventiva
A prisão do médico está associada à uma denúncia de abuso sexual. Ele já responde por cinco inquéritos relacionados à abuso sexual mediante fraude e um relacionado a homicídio, no caso citado. O delegado informou que a prisão se deu porque o médico estaria ameaçando testemunhas e uma das vítimas. Mandados de busca e apreensão também foram realizados, com recolhimento de computadores, celulares e prontuários médicos.
Foto Destaque: Estetoscópio posicionado acima de um jaleco (Reprodução/Freepik)
