“Quis ficar famoso”, diz amigo de bolsonarista preso em operação da PF por atacar prédio do STF

Welyson Lima Por Welyson Lima
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No dia 8 de janeiro aconteceram atos golpistas em Brasília, organizados por simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) foram alvo de ataques. Na ocasião, Nelson Eufrosino, morador de Ourinhos (SP), destruiu uma das vidraças do prédio do STF, enquanto era filmado por um amigo. O amigo de Nelson que gravou o vídeo, relatou ao G1 que o Nelson tinha sido “influenciado por outras pessoas”. Nelson foi preso durante a 10° fase da Operação Lesa Pátria. Nesta terça-feira, a Polícia Federal (PF) cumpriu contra ele dois mandados de prisão, uma prisão preventiva e de busca e apreensão.


Nelson Eufrosino no ato golpista de 8 de janeiro em Brasília. (Reprodução: Arquivo pessoal)


Nelson tem 65 anos de idade e é conhecido na cidade do centro-oeste paulista por ser dono de um trailler de lanches. Para pessoas próximas, a participação dele nos atos golpistas, surpreendeu a todos que o conhece. Segundo o amigo que fez a gravação do vídeo na ocasião do atentado, ele não quebrou a vidraça do prédio, porém quis gravar o vídeo mostrando um espaço que já estava com danos. “Ele sempre foi uma pessoa do bem, ele foi levado até lá, tomado pela euforia do momento, mas eu não concordo. Não deveria ter entrado (no prédio) jamais. Ele achou que não ia dar nada. As imagens são condenatórias“, disse o amigo de Nelson ao G1.

No entanto, antes mesmo do cumprimento do mandado de prisão, já constava na lista da Advocacia Geral da União (AGU) o nome de Nelson, para ressarcimento dos danos, que foram estimados em R$ 20,7 milhões pelos atos de vandalismo, ocorridos na Praça dos Três Poderes. Nelson também foi alvo de pedido de bloqueio de bens. “Não pensou nas consequências“, diz o amigo de Nelson. O amigo também informou ao G1 que Nelson tinha ido à Brasília em um “ônibus gratuito”. “Ele foi num ônibus gratuito, não sabemos quem patrocinou esse ônibus. Foi influenciado por outras pessoas para estar naqueles atos” e ainda ressalta: “Ele quis ficar famoso e não imaginou as consequências. Agora, infelizmente, ele vai pagar e vai pagar caro por isso“, diz.

A defesa de Nelson argumentou que “ainda não teve acesso aos elementos do inquérito“. E ressalvou que a idade avançada e estado de saúde de Nelson, podem ser razões para um pedido de prisão domiciliar. O advogado de defesa de Nelson, Bruno Rossignoli diz ainda que “da mesma forma, a defesa pretende ressaltar que, além do cliente ser uma pessoa idosa, ele foi preso em sua residência e não se exime de responder pelos atos praticados desde que seja tratado com direito acesso à ampla defesa“.

Entenda o caso

Em 8 de janeiro de 2023, o Congresso Nacional e o STF foram alvos de ataques de bolsonaristas. Os simpatizantes do ex-presidente Bolsonaro, derrotado na eleição de 2022, usaram de violência e causaram danos contra imóveis, móveis e objetos nos prédios. Com a Operação Lesa Pátria, que está em sua 10° fase, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal.

De acordo com a PF, a Operação Lesa Pátria “segue em curso, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas“.  A corporação ainda disponibiliza o e-mail [email protected] para quem tiver informações sobre identificação de pessoas partícipes, financiadoras ou que fomentaram o atentado golpista de 8 de janeiro.

Foto Destaque: Nelson Eufrosino. Reprodução: Arquivo Pessoal.

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