Um novo experimento, considerado um marco na busca por vacinas contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causadora da AIDS, está em andamento. O ensaio, chamado PrEPVacc, se encontra na fase final de testes.
O ensaio é liderado e coordenado pelo continente africano, especificamente na cidade de Entebbe, Uganda, com o apoio internacional. O sucesso marca o início de uma nova era no desenvolvimento de imunizantes contra o HIV. Entretanto, em caso de falha, existe a possibilidade de que os pesquisadores repensem a viabilidade de uma geração de vacinas.
Após mais de quatro décadas desde o primeiro caso confirmado do HIV e 36 anos após o primeiro ensaio de vacina contra o HIV, a comunidade médica ainda não conseguiu desenvolver um imunizante funcional e, embora os tratamentos antirretrovirais existam e sejam eficazes, o acesso a eles varia.
A PrEPVacc testa duas vacinas diferentes, atuando em conjunto com duas formas de profilaxia pré-exposição (PrEP), que envolve a ingestão de medicamentos antes das relações sexuais. O objetivo é avaliar a eficácia das vacinas e, simultaneamente, oferecer proteção, a fim de evitar a disseminação do HIV.
Previsão de sucesso
A equipe responsável pelo estudo não tem acesso aos dados, uma vez que são analisados e processados por um Comitê Independente de Monitoramento de Dados. A divulgação dos resultados da PrEPVacc está agendada para o quarto trimestre de 2024.
Quando se trata de ensaios clínicos de imunizantes, a ausência de notícias é considerada positiva. Isso ocorre porque os comitês de monitoramento optam por interromper os ensaios se os dados iniciais, caso indiquem ineficácia, como aconteceu com o ensaio HVTN 702. No entanto, até o momento, isso não ocorreu com a PrEPVacc.
O coordenador dos estudos, Jonatan Weber, disse que essa é a última vez, nesta década, que vão soltar dados sobre o ensaio. Ele disse que não haverá mais nenhum teste de eficácia contra o HIV até 2030. Em contrapartida, a professora de medicina da Universidade de Melbourne, Sharon Lewin, disse que esse não será o caso, já que a ciência vem avançando rapidamente.
Dados sobre o HIV no Brasil
Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, em 2022, houve um registro de 16,7 mil pessoas infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). No Brasil, a maior concentração de pessoas com AIDS são os jovens de 25 a 39 anos, sendo 52% no sexo masculino e 48% para as mulheres.
Além disso, cerca de 13 mil pessoas morreram em decorrência da AIDS, em 2022, conforme aponta a Unaids, no país. Este mesmo relatório informou que aproximadamente 1,5 pessoa faleceu por causa da doença, por hora, no ano passado.
Ministério da Saúde elenca formas de como se prevenir do vírus da AIDS (Foto: Reprodução/Freepik)
Formas de prevenção
O Ministério da Saúde dá dicas de como se prevenir do HIV, recomendando o uso de preservativos, independentemente de qual relação sexual irá ter, e a utilização de objetos perfurocortantes descartáveis e esterilizados. Além disso, também é importante usar luvas quando entrar em contato com sangue ou com algum fluido corporal de alguém.
Foto destaque: Um novo estudo de desenvolvimento de vacinas contra HIV está em andamento. Reprodução/Freepik
