No dia 18 deste mês, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por retirar o Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), uma entidade voltada à preservação da memória das vítimas do Holocausto e à luta contra o antissemitismo no mundo. A medida foi acompanhada da entrada do Brasil no processo da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o que gerou diversas reações no cenário global.
A saída do Brasil
A informação da saída do governo brasileiro di IHRA foi divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores de Israel na quinta-feira (24) e confirmada pelo Itamaraty. Desta forma, a entrada do Brasil na IHRA ocorreu em 2021, durante o mandato do então presidente Jair Messias Bolsonaro. De acordo com fontes ligadas à diplomacia brasileira, a desfiliação foi justificada com o argumento de que a adesão anterior teria sido feita de forma precipitada, sem considerar adequadamente os compromissos jurídicos e financeiros que tal participação implicava.
Cinco dias após anunciar a saída da aliança, o governo brasileiro formalizou sua participação na ação feita pela África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que acusa o país de praticar genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza.
Conib se manifesta sobre decisões tomadas pelo governo brasileiro (Foto:reprodução|Instagram|@coniboficial)
Reações a decisão tomada pelo presidente Lula
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou duramente as recentes decisões do governo brasileiro, classificando-as como imprudentes e vergonhosas. Em comunicado oficial, o governo israelense afirmou:
Voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso” afirmou o governo israelense.
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também manifestou repúdio à saída do Brasil da IHRA. Em nota publicada nesta segunda-feira (28), a entidade considerou a medida um grave retrocesso moral e diplomático, alertando que a decisão pode fragilizar os esforços nacionais e internacionais de combate ao antissemitismo.
