Vaccarello apresenta sua nova coleção masculina: uma viagem entre fetiche e poder

Anthony Vaccarello, diretor criativo da Saint Laurent, postou em sua conta pessoal do Instagram nesta semana uma campanha de 1983 assinada por Robert Mapplethorpe. Não foi surpresa perceber que a coleção masculina da marca, para o inverno de 2025, traria um toque de fetiche. Embora à primeira vista pareça comportada, a coleção revela camadas de simbolismo.


Modelos na passarela de Saint Laurent (Foto: reprodução/Instagram/@ffw)

Fetichismo e Poder: A Coleção Masculina de Saint Laurent

Entre candelabros que lembram os salões da alta costura e a atmosfera de poder que se impõe, Vaccarello não hesitou em apresentar modelos usando botas equestres que subiam até as coxas, envernizadas, combinadas com blazers sérios e sofisticados. O contraste entre a sensualidade das botas e a rigidez dos blazers revela a tensão que permeia o desfile

A coleção, que remete à cena noturna de Paris e Nova York nos anos 1980, traz à tona o clima perverso que dominava os clubes secretos da época, onde os yuppies viviam suas vidas duplas, e que também parece ter influenciado a estética do desfile. É impossível não pensar que o filme Psicopata Americano (2000) também tenha influenciado o estilista ao criar uma coleção que reflete essa tensão entre aparência e identidade.


Modelos da Saint Laurent, utilizando s botas do desfile (Foto: reprodução/Instagram/@anthonyvaccarello)

Entre o Mistério e o Excessivo: A Noite de Vaccarello

Após uma sequência mais leve de golas rulês coloridas, padrões xadrez e tons terrosos, o desfile retoma sua essência notívaga e enigmática. As botas, presentes em 57 looks, dominam a passarela, sendo quase uma assinatura visual do estilista.

No bloco final, o personagem criado por Vaccarello parece se camuflar na passarela, ou talvez esteja apenas voltando de uma noite intensa, como se estivesse retornando de um after cheio de excessos. Um enigma que nos deixa à mercê da imaginação, à espera da próxima interpretação dessa jornada visual provocativa.

Giambattista Valli apresenta romantismo e modernidade na Alta-Costura 2025

A Giambattista Valli trouxe, na Semana de Alta-Costura, uma fusão impecável de romantismo clássico e detalhes contemporâneos. O desfile realizado em Paris, reafirmou a capacidade do estilista de inovar mantendo a essência de sua marca.

Com silhuetas volumosas, vestidos em chiffon plissado e acessórios delicados, Valli explorou a feminilidade em suas múltiplas formas. A apresentação encantou críticos e público ao apostar em um equilíbrio entre tradição e modernidade.


https://youtu.be/kknhRGMYUWQ?si=8PDR8fP-sY1aK96E
Veja o desfile (Vídeo: Reprodução / YouTube / Fashion Chanel)

Um espetáculo de leveza e sofisticação

O desfile de Giambattista Valli para a temporada Primavera/Verão 2025 foi um tributo à elegância e ao romantismo. A passarela, montada em Paris, foi adornada com tons neutros que realçavam o contraste das peças apresentadas. As modelos desfilaram com confiança e leveza, destacando a harmonia entre design e movimento.

As silhuetas volumosas, característica marcante do estilista, estavam presentes em vestidos longos feitos de tafetá de seda e chiffon plissado. Os tecidos eram trabalhados à mão, criando texturas que remetiam à delicadeza das pétalas de flores. Detalhes como bordados florais e aplicações artesanais reforçaram a sofisticação das peças, que transitaram entre tons pastel e cores vibrantes.

Um dos elementos mais comentados foi a escolha dos calçados. Em vez de saltos altos, Valli apostou em sapatos flats, como rasteiras e sapatilhas adornadas com pedrarias, que trouxeram uma abordagem prática e elegante. Essa decisão destacou a modernidade e o desejo de inovar sem perder a essência romântica.



Uma paleta de cores que inspira

A coleção explorou uma paleta que variava entre tons suaves, como branco, rosa-claro e azul bebê, e cores mais marcantes, como vermelho e verde-esmeralda. Esse contraste garantiu dinamismo ao desfile e reforçou a versatilidade das criações.



Além das cores, os modelos apresentaram detalhes únicos. Vestidos com saias balão e decotes assimétricos foram combinados com acessórios discretos, como brincos pequenos e clutches minimalistas. Cada look parecia contar uma história, remetendo à feminilidade moderna e à delicadeza atemporal.


visão geral do desfile (Foto: reprodução /Thibaud Moritz/Getty Images embed)


O cenário do desfile, simples e sofisticado, complementou as criações sem roubar a atenção. A iluminação suave e a trilha sonora instrumental ajudaram a criar uma atmosfera imersiva, onde os detalhes das peças eram os grandes protagonistas.

Babados em cascata dominam a passarela de Giambattista Valli

Os babados miúdos e em cascata estão de volta com força total nas passarelas, e Giambattista Valli reforça essa tendência em sua mais recente coleção. Conhecido por seu estilo ultra feminino e glamouroso, o estilista trouxe vestidos volumosos, tecidos fluidos e uma paleta de tons românticos, revivendo o decorativismo setentista.

A coleção, apresentada na Semana de Alta-Costura, destaca a sofisticação dos babados aplicados em diferentes camadas e estilos. Em meio a tons suaves de pink e vermelho, além de estampas florais delicadas, o desfile reafirma o retorno do maximalismo na moda contemporânea.


@voguespain

Un poco royal y muy dramática: así es la colección de Alta Costura p/v 2025 de #GiambattistaValli 🔥 #modaentiktok #tiktokfashion #altacostura #desfiles

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Modelos na passarela (Vídeo: reprodução / Tiktok /@voguespain)

O resgate do romantismo através dos babados

A estética setentista volta a influenciar o mundo da moda, e Giambattista Valli soube explorar essa referência com maestria. Os vestidos volumosos, com babados miúdos em cascata, trouxeram uma aura nostálgica e sofisticada para a passarela.


— Os diferentes modelos de babados (Foto: reprodução /Estrop/Getty Images embed)


Os tecidos leves e fluidos reforçam o romantismo da coleção, criando um visual etéreo e elegante. A cartela de cores, composta por tons suaves de rosa, vermelho vibrante e estampas florais, complementa o conceito de feminilidade moderna, resgatando a essência glamourosa da época.

Maximalismo e alta-costura: uma combinação irresistível

Enquanto muitas tendências atuais seguem a linha minimalista, Giambattista Valli aposta na exuberância. O estilista, que já assinou o icônico vestido de casamento de Sabrina Sato, reafirma sua identidade ao investir em camadas volumosas e formas estruturadas.

A alta-costura sempre teve espaço para o exagero sofisticado, e os babados em cascata reforçam essa tradição. A coleção celebra a feminilidade e também destaca a versatilidade dos babados, que podem ser usados de diferentes maneiras, adaptando-se a diversas propostas e estilos. Peças com esse tipo de acabamento oferecem movimento e fluidez ao look, tornando-se ideais tanto para eventos formais quanto para momentos mais descontraídos. O que antes era um detalhe romântico se transforma em um elemento-chave para a moda contemporânea, mostrando que os babados continuam sendo sinônimo de sofisticação e elegância.

Stella McCartney reassume controle total de sua marca

A renomada estilista Stella McCartney, filha de Paul McCartney, deu um passo marcante em sua carreira, ao retomar sua participação minoritária que o grupo de luxo LVMH detinha em sua marca homônima. O anúncio foi realizado nesta segunda-feira (27), pelo próprio grupo, que destacou que a parceria entre as partes continua forte em um novo formato. McCartney seguirá como embaixadora e consultora em questões de sustentabilidade para o grupo e seu fundador, Bernard Arnault.

Uma relação ecológica

Desde que firmou a colaboração com o LVMH em 2019, a estilista inglesa se destacou pela inovação em pesquisas relacionadas a tecidos sustentáveis e pela busca de soluções ecológicas na cadeia de suprimentos. O trabalho incluiu a cooperação com outras marcas do conglomerado, com foco em processos de reciclagem de materiais e redução de resíduos. Em 2022, Stella McCartney também lançou uma linha de cuidados com a pele, em parceria com o grupo, atendendo aos mais altos padrões ecológicos.


Moda primavera 2025, óculos em bioacetato: polpa de madeira e semente de algodão (Foto: reprodução/Instagram/@stellamccartney)

Independência criativa e sustentabildiade

Com a recompra de sua participação, Stella McCartney reafirma seu compromisso com a independência criativa e a sustentabilidade, valores centrais que definem sua trajetória no mundo da moda. Embora os termos financeiros do acordo não tenham sido divulgados, a decisão reflete o desejo da estilista de explorar novas frentes e continuar influenciando a indústria, com uma abordagem ética e inovadora.

O LVMH também destacou que aprecia o impacto positivo da colaboração com McCartney nos últimos anos, e que a designer permanecerá uma voz influente dentro do grupo, ajudando a moldar o futuro da sustentabilidade no setor de luxo. Essa transição marca o início de uma nova fase promissora tanto para Stella McCartney, quanto para a indústria da moda em geral.

Essa nova etapa destaca o poder de transformar a moda em uma ferramenta para mudanças positivas. Stella McCartney não apenas reforça sua liderança como uma das principais defensoras da sustentabilidade na indústria, mas também inspira outras marcas a adotarem práticas mais conscientes. Com sua visão inovadora e comprometimento com o meio ambiente, ela continua a moldar um futuro mais ético para o luxo e a moda global.

Adriana Lima faz retorno triunfal às passarelas da Jacquemus em Paris

Adriana Lima está de volta ao catwalk! A supermodelo brasileira, ícone das passarelas internacionais, brilhou no desfile da Jacquemus neste domingo, dia 26, durante a apresentação da nova coleção, na semana de moda masculina de Paris. O evento, que já vinha gerando grande expectativa, ganhou ainda mais destaque com a participação da musa, marcando um momento memorável de sua carreira.

O momento de Adriana Lima na passarela

Após duas temporadas ausente das passarelas parisienses, a Jacquemus marcou seu retorno em grande estilo. Aproveitando a movimentação de editores e fashionistas às vésperas da Semana de Alta-Costura, a grife escolheu o último domingo (26) para uma apresentação intimista e exclusiva na capital francesa.

O desfile, restrito a apenas 50 convidados, aconteceu em um cenário de tirar o fôlego: “hôtel particulier”, projetado em 1932 pelo renomado arquiteto Auguste Perrot. A atmosfera sofisticada e acolhedora do local complementou perfeitamente a essência da nova coleção, ressaltando a elegância minimalista e o toque ousado característicos de Simon Porte Jacquemus.



Momento em que Adriana Lima surgiu na passarela da Jacquemus (Vídeo: Reprodução/Instagram/@voguebrasil)


Victoria’s Secret Angel

Adriana Lima, eternizada como uma das principais Angels da Victoria’s Secret, provou mais uma vez que sua presença nas passarelas permanece tão marcante quanto sempre foi. Após um período afastada do mundo da moda, a brasileira voltou a brilhar no desfile exclusivo da Jacquemus, reafirmando sua capacidade única de combinar elegância e ousadia — qualidades que também definem a estética da grife.

No final do ano passado, Adriana já havia feito seu aguardado retorno aos holofotes, durante a retomada do icônico desfile da Victoria’s Secret, que ajudou a consolidar sua carreira global. Desta vez, foi a Jacquemus quem trouxe a supermodelo de volta ao catwalk, em um momento que já se tornou inesquecível para o mundo fashion.

Como era de se esperar, os fãs celebraram calorosamente o retorno da musa às passarelas, enchendo as redes sociais de elogios e declarações de carinho. Adriana Lima continua ser sinônimo de impacto e glamour, e sua presença em qualquer desfile segue sendo um verdadeiro acontecimento.

Jacquemus desafia expectativas e redefine alta-costura ao retornar à edição em Paris fashion week

Na moda, existem muitas mudanças e conflitos que vêm acompanhados de rumores e subestimações, e com Simon Porte Jacquemus não foi diferente. Quando surgiu a informação de que o designer seria o próximo diretor criativo, muitos levantaram questionamentos em relação à sua capacidade.

Porém, o estilista realizou um desfile marcante, realizado em Paris nesse domingo (26/01), e de certa forma foi uma maneira de mostrar que sabe fazer, provando que todos os que duvidaram de si estavam errados.


Coleção La Croisiêre (Foto: reprodução/Instagram/@Jacquemus)


Estratégia de um desfile

Segundo Jacquemus, a decisão foi dar ênfase nas roupas, carregadas do glamour hollywoodiano dos anos 1950, para apenas 50 convidados exclusivos em uma locação VIP. Aliás, estavam presentes Tyla, Pamela Anderson, Nicholas Chavez, Carla Bruni e Audrey Tautou. A data foi uma escolha proposital do estilista– véspera do início da aguardada semana de alta-costura – apresentando “La Croisière” (O Cruzeiro) em um apartamento icônico dos anos 1930, projetado por Auguste Perret. E a escolha do local também não foi diferente: assim como sua escolha, o espaço refletia sobre o equilíbrio e a tradição. Tudo de forma bem pensada e estratégica, mostrando que a alta-costura está presente no seu trabalho cotidiano.



O Equilíbrio e sofisticação

Em seu desfile, nas peças femininas inspiradas nos anos dourados, contou com drapeados, toques felpudos, o mix de cintos de couro e corsets, fendas, vazados e linhas puras para mostrar principalmente corte e caimento, além da presença de modelos como Christy Turlington, Adriana Lima e Alex Consani.

No masculino, utilizou toques mais descontraídos, elementos clássicos franceses com pitadas de humor, estampas de banana e referências ao clássico preto e branco, além de estampas de zebra – como uma forma clara de anunciar: “cresci – e quero ir muito além”.

Peter Copping estreia na Lanvin com uma homenagem ao passado

A estreia de Peter Copping na Lanvin trouxe frescor e esperança à grife mais antiga da França, que busca revitalizar sua relevância no cenário global da moda. O desfile, realizado na véspera da Semana de Alta-Costura de Paris, apresentou a coleção outono-inverno 2025/2026 e marcou um momento significativo para a marca, que enfrentava dificuldades desde a saída de Alber Elbaz em 2015.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Homenagem ao legado de Jeanne Lanvin

Copping, com uma carreira sólida que inclui passagens pela Nina Ricci, Oscar de la Renta e Balenciaga, mergulhou no rico legado de Jeanne Lanvin para criar sua coleção de estreia. Ele reinterpretou a essência da fundadora da grife, conhecida por suas silhuetas fluidas e feminilidade empoderada nas décadas de 1920 e 1930, e a combinou com propostas modernas e sofisticadas.

As referências históricas eram evidentes nas peças desfiladas: vestidos de veludo bordado, cetim torcido e plissados cuidadosamente posicionados evocaram o glamour da era de ouro da Lanvin. Elementos icônicos, como lapelas marcantes e o azul característico da marca, foram trabalhados para equilibrar tradição e inovação.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Elegância atemporal e modernidade refinada

A coleção explorou uma paleta de tons neutros, como preto, marinho e terrosos, com brilhos pontuais e transparências sutis. Destaques incluem vestidos glamorosos para o tapete vermelho, casacos estruturados e peças que transitam entre o casual e o sofisticado. Entre as novidades, Copping apresentou roupas masculinas, uma área que ainda precisa de desenvolvimento, mas que sinaliza ambições para expandir a identidade da grife.

No segmento feminino, vestidos de festa drapeados e malhas de lantejoulas destacaram a habilidade do designer em criar peças que são, ao mesmo tempo, usáveis e impactantes. “Essa coleção é profundamente pessoal, uma homenagem ao mundo de Jeanne Lanvin e seu senso íntimo de estilo. Procurei projetar a essência de seu guarda-roupa enquanto o imaginava em um elenco de personagens modernos”, escreveu Copping em uma carta entregue aos convidados.


Lanvin Fall/Winter 2025-2026 Paris Men Fashion Week (Foto: reprodução/Victor Virgile/Getty Images Embed)


Desafios e oportunidades à Frente

Apesar de não ser um desfile revolucionário, a estreia de Copping foi promissora. Ele demonstrou habilidade em combinar herança e modernidade, oferecendo uma visão contemporânea que pode reposicionar a Lanvin no topo da moda de luxo. A tarefa não é simples: a marca enfrentou uma queda de 7% no volume de negócios em 2023, mas a chegada de Copping sinaliza um novo começo.

Carta de amor à Lanvin

A coleção de Copping é uma ode à exuberância de se vestir e à criatividade sem esforço, algo que Jeanne Lanvin encarnava em sua época. O desfile não foi apenas uma exibição de roupas, mas um manifesto sobre o poder da moda em conectar o passado e o futuro. Para a Lanvin, esta estreia pode muito bem ser o primeiro passo para uma era de renovação e relevância duradoura.

Schiaparelli abre a Semana de Alta- Costura 2025 

A Semana de Alta-Costura de Paris começou em grande estilo nesta segunda-feira (27), com Schiaparelli, sob a direção criativa de Daniel Roseberry, abrindo os desfiles da temporada de primavera/verão 2025.

A coleção, intitulada “Icarus”, trouxe para a passarela uma celebração das décadas de 20 a 50, combinada com o glamour e a ousadia característicos da maison.


Schiaparelli Alta-costura Verão 2025 (Foto: reprodução/Vogue Runway)

Uma declaração à Alta-Costura

Daniel Roseberry aproveitou o desfile para questionar os padrões estéticos contemporâneos. “Estou tão cansado de todo mundo igualar constantemente a modernidade com simplicidade. O novo também não pode ser barroco, ser extravagante?”, escreveu no release do evento. Suas peças demonstraram que a moda pode ser elaborada, imaginativa e grandiosa sem perder relevância no cenário atual.

Essa visão levou à criação de silhuetas que dialogam com o legado de Elsa Schiaparelli e reafirmam a maison como um ícone de inovação e fantasia. O estilista também destacou o peso de sua responsabilidade em liderar a casa de alta-costura: 

“Eu nunca me esqueço que eu tenho que comandar o que é talvez a última grande maison a ter sido ressuscitada. É minha alegria, mas também é minha responsabilidade continuar melhorando o trabalho. A alta-costura aspira a atingir grandes alturas; ela promete escapar da nossa realidade complicada. Ela também nos lembra que a perfeição tem um preço”



Referências históricas e a coleção “Icarus”

A coleção trouxe elementos do movimento art déco dos anos 1920, o glamour dos anos 1930 e as saias estruturadas dos anos 1950. Cada peça refletia o compromisso de Roseberry em honrar o passado enquanto impulsionava Schiaparelli em direção ao futuro.

O nome da coleção, “Icarus”, faz referência ao personagem da mitologia grega, simbolizando ambição e desejo de alcançar novas alturas (Plumas, pedras, pérolas e bordados em corsets, saias, vestidos e casacos estruturados de seda, veludo e couro).


A modelo brasileira Luiza Perote para Schiaparelli (Foto: reprodução/Vogue Runway)

Kendall Jenner na passarela

Kendall Jenner foi um dos destaques do desfile, desfilando criações esculturais que mesclam rigor e fantasia. Daniel Roseberry, estilista da grife, explorou volumetrias ousadas, detalhes decorativos e materiais luxuosos, como seda, veludo e couro. Plumas banhadas em glicerina, pedras preciosas, pérolas e bordados complementam as peças, trazendo um toque de extravagância que marcou a essência da coleção.


Schiaparelli Alta-costura Verão 2025 (Foto: reprodução/Vogue Runway)

A paleta de cores foi dominada por tons de bege, creme, dourado e preto, conferindo sofisticação às criações. Ao som de “Father Figure”, de George Michael, a passarela refletiu um mergulho profundo na imaginação de Roseberry, que desafiou os limites entre modernidade e tradição.

Temporada promissora

Com um desfile de tirar o fôlego, a Schiaparelli abriu a temporada de alta-costura com maestria, marcando o início de uma semana que promete destacar o melhor da moda global. As criações de Roseberry reafirmaram a importância da alta-costura como uma forma de arte, capaz de inspirar e emocionar ao mesmo tempo.

Confira a programação completa da temporada de Alta-Costura

A cidade de Paris se prepara para mais uma edição da Semana de Alta-Costura, que inicia na segunda-feira (27) e congrega as maisons de maior prestígio global. O evento, que apresentará coleções para a próxima estação primavera- verão 2025, ditará as tendências mundiais e incluirá apresentações de marcas famosas como Dior, Chanel, Valentino e Schiaparelli.

Na segunda-feira, Schiaparelli dá início à semana

A Schiaparelli, sob o comando de Daniel Roseberry, abre o calendário de desfiles às 6h (horário local). Durante o dia, estilistas como Imane Ayissi, Georges Hobeika, Christian Dior e Giambattista Valli também mostrarão suas novas criações.


Vestido “Apolo de Versalhes” (Foto: reprodução/Instagram/@schiaparelli)

A alta-costura é famosa pelas suas criações únicas, sob medida, e é regida pela Fédération de la Haute Couture et de la Mode. Cada item é produzido por artesãos de alto nível, empregando materiais de excelente qualidade, simbolizando o auge do saber-fazer francês.


Casacos prontos da schiaparelli (Foto: reprodução/Instagram/@schiaparelli)

Calendário variado até a próxima quinta-feira. A semana de Alta- Costura termina na quinta-feira (30), com desfiles de grandes marcas, como Giorgio Armani Privé. A agenda abrange grifes famosas como Chanel, Elie Saab, Valentino e Jean Paul Gaultier, além de apresentações de talentos em ascensão, como Miss Sohee e Juana Martín.

Segue o cronograma detalhado:

27 de janeiro (segunda-feira)

  • 6h: Schiaparelli
  • 7h30: Imane Ayissi
  • 9h: Georges Hobeika
  • 10h30: Christian Dior
  • 12h: Rahul Mishra
  • 13h30: Julie de Libran
  • 15h30: Giambattista Valil

28 de janeiro (terça-feira)

  • 6h: Chanel
  • 9h30: Alexis Mabille

29 de janeiro (quarta-feira)

  • 6h: Gaurav Gupta
  • 7h: Franck Sorbier
  • 8h30: Elie Saab
  • 9h30: Yuima Nakazato
  • 11h: Valentino
  • 12h30: Viktor&Rolf
  • 13h30: Zuhair Murad
  • 15h: Jean Paul Gaultier

30 de janeiro (quinta-feira)

  • 6h: Aelis
  • 7h: Ashi Studio
  • 8h30: Juana Martín
  • 10h: Peet Dullaert
  • 11h: Maison Sara Chraibi
  • 12h30: Miss Sohee
  • 14h: Germanie
  • 10h30: Stéphane Rolland
  • 11h30: Julien Fournié
  • 13h: RVDK Ronald Van Der Kemp
  • 14h: Giorgio Armani Privé (com livestream às 15h).

A Semana de Alta-Costura de Paris é um dos eventos mais esperados do calendário da moda, celebrando a criatividade, o luxo e a exclusividade que definem a alta-costura.

Dior Homme apresenta coleção de inverno na Paris Fashion Week

A Dior Homme, linha masculina da renomada grife Christian Dior, é comandada pelo designer Kim Jones desde 2018. Sob sua direção criativa, a marca passou a adotar uma estética contemporânea, com forte influência do street style, refletindo a ascensão dessa tendência que redefiniu os rumos da moda global nos últimos anos.

No entanto, na última sexta-feira, 24 de janeiro, para a temporada de inverno 2026, a grife surpreendeu ao apostar em uma abordagem mais flamboyant na Paris Fashion Week, destacando modelagens sofisticadas e tons mais suaves, que trazem um toque de delicadeza e elegância à coleção.

A coleção

A alfaiataria, tradicionalmente associada à rigidez e estrutura formal, ganha um ar de leveza, fluidez sob o olhar criativo de Kim Jones. O designer desafia as convenções do corte clássico ao reinterpretar peças tradicionais de maneira inovadora, destacando um equilíbrio entre o moderno e o sofisticado. Suas criações frequentemente incluem calças de cortes amplos e bem ajustados ao movimento, garantindo conforto e elegância em uma única peça.

Essas calças são harmoniosamente combinadas com blusas acetinadas que conferem um toque luxuoso, reforçado pela escolha de uma paleta de tons neutros, como branco, preto, cinza e marrom. Para adicionar um elemento de frescor e delicadeza, Jones incorpora sutis toques de rosa-claro, criando uma composição que é ao mesmo tempo, ousada e refinada, perfeita para um público que valoriza a estética contemporânea sem abdicar da tradição.


Alguns looks da última coleção da Dior Homme (Vídeo: reprodução/Instagram/@dior)


Além disso, a coleção trouxe uma novidade que se destacou: peças com volumes marcantes e bordados ornamentais, que conferem uma riqueza visual e um toque artístico às produções. Esses detalhes elaborados evocam uma estética inspirada na cultura oriental, com referências sutis e elegantes que dialogam com a ideia de opulência discreta.

Uma possível despedida

Para encerrar o desfile, Kim Jones surgiu para agradecer ao público e, em um gesto carregado de emoção, deu um forte abraço em Delphine Arnault, presidente da Dior. O momento, que soou como uma possível despedida, alimentou especulações de que este poderia ter sido o último desfile de Jones à frente da Dior. Até o momento, nada foi confirmado.