Alef Manga, jogador do Coritiba, está sendo julgado por participar de esquemas de manipulação de jogos para casas de apostas. Ele confessou, ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por vídeo chamada, estar envolvido na ação, e disse estar disponível para devolver o dinheiro ganho, uma quantia de R$45 mil, dos apostadores. A audiência aconteceu nesta quinta-feira (9), e o jogador, estando no Chipre, não pôde participar pessoalmente.
O jogador admitiu que aceitou o esquema, tomando um cartão amarelo para receber a quantia em dinheiro, e assumiu ser um erro. Segundo ele, quem o induziu a cometê-lo foi seu antigo companheiro de time, Diego Porfírio, que agiu como mediador de Alef e os apostadores.
A confissão de Alef Manga
Em meio a sua confissão, Alef Manga esclareceu em detalhes como se sucedeu o ato: “Ele (Porfírio) veio até mim no quarto, me chamou para conversar no corredor sobre voltar atrás para eu tomar o cartão amarelo. Veio conversar, eu falei que não queria fazer, não queria, não queria, mas depois acabei aceitando. Falou para mim que o rapaz ia depositar o dinheiro depois do jogo. Fomos para o jogo, aconteceu que eu tomei o cartão amarelo. Depois da partida, ele me comunicou que tinha falado com o pessoal para que pudessem depositar o dinheiro. Ao longo da semana, não depositaram o dinheiro na minha conta. Falei com o Porfírio que eu queria o contato do rapaz para saber o motivo de não terem depositado”.
Alef Manga, jogador do Coritiba. (foto: reprodução/Instagram)
O jogador continuou, dizendo que recebeu novas propostas, que recusou: “Eles começaram a insistir, depois no CT e no telefone, para que eu tomasse o amarelo contra o Corinthians, que o valor ia ser dobrado. Nesse caso eu falei que não queria fazer mais, estava muito arrependido pelo que fiz. Depois ele falou que, quanto mais ele juntasse jogadores para tomar cartão, ele ganhava mais dinheiro de comissão. Não sei o valor, eu não falei com os apostadores, não tive contato com ninguém. Foi de fato o que aconteceu”. “Estou aqui para deixar bem claro que estou à disposição de vocês para devolver o dinheiro” fnalizou.
O advogado do jogador
O representante do jogador no caso, o advogado Levir Leonardo, contou que o processo não deve impedir na vida profissional do atleta, que deve continuar jogando normalmente.
O advogado conta que é importante a confissão e a fala do jogador, deixando claro ao tribunal e à população o que realmente aconteceu, como quem intermediou, quantia recebida, e mais detalhes sobre o ocorrido.
“Agora é aguardar o final dos depoimentos sigilosos e defender a posição de que o cartão amarelo, ainda que grave, não justifica uma reprimenda superior prevista no código. Assim que a defesa vai se posicionar” adicionou ele.
O jogo manipulado
A operação “Penalidede Máxima” investiga ações e resultados no meio futebolístico que possam ter sido manipulados em prol de apostadores e casas de apostas. Alef Manga é réu no processo por um cartão amarelo suspeito recebido em um jogo contra o América – MG, ainda pelo Coritiba, pela 25°rodada do Brasileirão de 2022. O jogador confessou envolvimento no esquema neste jogo em questão. O jogador está afastado do coxa desde a 14° rodada do campeonato brasileiro, contra o próprio América – MG e recentemente, foi emprestado ao Pafos FC, do Chipre.
Foto destaque: Alef Manga quando se despediu do Coritiba/ reprodução/ Instagram/ @alefmanga94