Depois de um ano recheado de complicações e frustrações, Yago Dora está pronto para a temporada 2023 com uma bagagem que vai além das 46 pranchas que carrega consigo. O atleta, que ficou fora do início da Liga Mundial de Surfe em 2022 por causa de uma cirurgia no joelho, chega na competição com uma carga emocional e tanto. O rapaz de 26 anos garante estar mais maduro, além de ser um surfista melhor para o início da sua terceira participação na WSL. A primeira etapa do ano começa no próximo domingo, 29 de fevereiro, em Pipeline, no Havaí.
“Sinto que a lesão me fez amadurecer e aprender muita coisa na cabeça e até no meu surfe, no meu jeito de ler uma onda, de ler o mar. Várias coisas que eu passava muito tempo tentando evoluir e forçando aquilo no surfe, tentando passar o máximo de tempo na água para evoluir, acho que esse tempo fora, assim que eu voltei, parece que consegui aprender estas coisas muito mais fácil. É, acho que essa visualização assim de longe me fez aprender bastante” contou Yago.
Yago Dora. Reprodução: World Surf League (WSL).
Em cinco anos de carreira no profissional, os melhores resultados do surfista paranaense foram obtidos no Circuito de 2022, após a lesão. Yago é tido como um dos atletas brasileiros que pode surpreender na elite do surfe e conquistar um título nesta temporada. Especialista nas manobras de borda e com muito talento para aéreos, o jovem sonha com o pódio de 2023 e diz que começar bem, durante a etapa de Pipeline é fundamental para isso.
“Pipe é a minha etapa favorita da temporada. É um lugar que eu investi muito do meu tempo desde as minhas primeiras temporadas no Havaí. É o lugar que eu mais passei horas na água, e eu me sinto bem aqui. Eu sinto que consigo encontrar meu lugar ali no “line-up”, consigo ler bem o mar, saber escolher a onda certa e acho que tubo não tem nem como explicar. É a melhor sensação que existe no surfe, então competir em uma onda de tubo e ter oportunidade de surfar aqui sem crowd (lotação) já é incrível. Então espero ter boas performances” – disse o brasileiro.
Em busca dos seus objetivos, Yago está levando consigo 46 pranchas. O uso de pranchas muda de acordo com o tipo de onda, então ter uma variação de possibilidades faz parte de uma estratégia importante durante toda a temporada. Além das pranchas, o atleta conta também com a companhia do pai. Leandro Dora, conhecido como Grilo, é considerado um dos melhores técnicos de surfe da atualidade. Ele ganhou bastante notoriedade depois de treinar Adriano de Souza, o Mineirinho, durante seu título conquistado na temporada de 2015. Leandro é também treinador de outros dois atletas que disputarão ao lado do filho em 2023: o australiano Jack Robinson e o havaiano Ian Gentil.
Foto destaque: Com 46 pranchas na mala, Yago Dora sonha com o campeonato mundial. Reprodução: Instagram.
