No último sábado (30), a Copa Libertadores presenciou um momento histórico com a consagração do Botafogo como campeão pela primeira vez, após uma impressionante vitória de 3 a 1 sobre o Atlético-MG, na icônica arena Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O gol decisivo que selou a vitória nos instantes finais da partida foi marcado por Júnior Santos, que também teve a honra de abrir o placar para o Glorioso na competição. Em uma entrevista ao Lance!, o artilheiro compartilhou suas experiências e as dificuldades enfrentadas ao longo de sua trajetória, que culminaram na conquista da tão almejada Glória Eterna.
A jornada de Júnior Santos até a consagração como campeão da América foi repleta de desafios e superações. Surpreendentemente, ele não nutria o sonho de se tornar jogador de futebol até os 20 anos de idade. Durante sua adolescência, o esporte era visto apenas como uma forma de lazer. Sua vida tomou um novo rumo quando começou a trabalhar como pedreiro ao lado de seu tio na pequena cidade de Conceição de Jacuípe, localizada na Bahia. A partir desse ponto, com dedicação e perseverança, Júnior trilhou seu caminho rumo ao futebol profissional, superando obstáculos e conquistando seu espaço no cenário esportivo.
Time do Botafogo com a Taça Libertadores (Foto:Reprodução/Instagram/@jr.santos.oficial)
Trajetória
Júnior Santos deixou a família e se mudou sozinho para Salvador em busca de uma carreira no futebol. Começou a jogar como amador, recebendo 50 reais por partida enquanto trabalhava como servente. Com o tempo, destacou-se no futebol amador, aumentando seu valor para 300 reais por jogo e ganhando cerca de 500 reais jogando duas vezes por semana. Ele abandonou a profissão de pedreiro para se dedicar ao esporte e, em seguida, recebeu propostas para o futebol profissional, aceitando um convite para jogar no Osvaldo Cruz, em São Paulo, onde sua trajetória começou a mudar.
Entrevista
Em entrevista, Júnior disse: “Eu sempre tive esse sonho e fui atrás dele. É claro que durante o caminho temos muitas dificuldades, pensamos em desistir, mas eu persisti. O início foi complicado, de muita superação, mas sempre acreditando que as coisas poderiam acontecer. Até no meu último jogo pelo Osvaldo Cruz, já pensando em voltar para Bahia, foi que Deus enviou uma pessoa naquele momento. Conheci o meu empresário, Edivaldo Ferraz, que me viu, gostou, estendeu a mão em tudo que precisava no momento e conseguiu um teste no Ituano. Depois disso, as coisas aconteceram para mim profissionalmente. Até então, eu jogava em clubes menores, na várzea, mas não sabia se realmente iria conseguir.” disse Júnior.
Edivaldo Ferraz
Em entrevista ao Lance!, o empresário Edivaldo Ferraz contou como conheceu Júnior Santos, que estava prestes a desistir do sonho de ser jogador. Em 2017, Ferraz assistiu a um jogo entre Osvaldo Cruz e Mantiqueira para avaliar outro atleta, mas se interessou por Júnior, que cogitava voltar à Bahia para trabalhar como servente de pedreiro. Ferraz fez uma proposta para apoiá-lo e juntos buscaram oportunidades.
Ele destacou a relação com Juninho Paulista, presidente do Ituano, que facilitou um período de testes para Júnior antes do Paulistão de 2018. Impressionando, Júnior foi inscrito na competição e, em nove jogos, marcou quatro gols, atraindo o interesse de outros clubes. Depois disso, jogou pela Ponte Preta na Série B e, em 2019, foi para o Fortaleza, onde se destacou como artilheiro campeão. Júnior também teve sucesso em uma experiência no Japão e, ao retornar ao Brasil, foi emprestado ao Botafogo, mostrando-se um atleta maduro e pronto para brilhar.