Gabriel Bortoleto encerra ano de estreia elogiado pela Sauber e projeta evolução com a Audi em 2026

Brasileiro destaca reconhecimento interno apesar dos resultados modestos e celebra apoio recebido em Interlagos e ganha respeito no paddock

29 dez, 2025
Piloto Gabriel Bortoleto | Reprodução/Getty Images Embed/Rudy Carezzevoli
Piloto Gabriel Bortoleto | Reprodução/Getty Images Embed/Rudy Carezzevoli

A temporada de estreia de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1 terminou sem números expressivos, mas com reputação em alta dentro do paddock. O piloto de 21 anos somou apenas 19 pontos e fechou o campeonato na 19ª colocação, cenário que, à primeira vista, poderia sugerir um desempenho aquém das expectativas. No entanto, a avaliação interna da Sauber e a opinião de adversários revelam uma visão distinta: o brasileiro teria conseguido ir além das limitações do equipamento disponível.

Em entrevista ao site oficial da categoria, Bortoleto afirmou estar satisfeito com o reconhecimento recebido nos bastidores e ressaltou que nem sempre a tabela reflete o que acontece na pista. Segundo ele, o trabalho realizado ao longo da temporada foi significativo, mesmo que ofuscado pelo desempenho restrito do carro suíço. Para o novato, o entendimento e o respaldo da equipe foram determinantes para manter a confiança durante o ano competitivo.

O piloto lembrou que muitas vezes o rendimento individual depende diretamente do material fornecido, e que, apesar dessa realidade, considera ter feito entregas consistentes. Destacou ainda que o mais valioso foi perceber que engenheiros, dirigentes e torcedores reconheceram seu comprometimento e evolução técnica.

Superação e crescimento após atualizações técnicas

No início do campeonato, os desafios foram intensos. Bortoleto enfrentou dificuldades de adaptação, não pontuou nas primeiras corridas e sofreu com um carro distante do pelotão intermediário. A virada só começou a desenhar-se no Grande Prêmio da Espanha, nona etapa do calendário, quando a Sauber introduziu um pacote de atualizações que incluiu um assoalho revisado. A partir desse momento, o ritmo da equipe se tornou mais competitivo, permitindo ao brasileiro extrair mais potencial do equipamento.

Com a melhora, o novato engatou uma sequência positiva e obteve seu melhor resultado no GP da Hungria, cruzando a linha de chegada em sexto lugar. Embora o rendimento tenha caído no trecho final do campeonato, em razão da interrupção no desenvolvimento do carro para priorizar o projeto de 2026, Bortoleto garante que o grupo permaneceu na luta por pontos em praticamente todos os fins de semana.

O piloto também admitiu que desperdiçou oportunidades na prova de abertura, especialmente pela inexperiência diante de um cenário caótico, mas reforçou que a expectativa realista da equipe sempre considerou o carro pouco competitivo até a etapa de Barcelona.

Interlagos como sonho e frustração

Mesmo com o crescimento ao longo do ano, a experiência de competir pela primeira vez em casa foi marcada por incidentes. No GP de São Paulo, Bortoleto bateu na sprint a 339 km/h, ficou fora da classificação e abandonou a corrida principal após colisão com Lance Stroll logo na primeira volta. O fim de semana turbulento, contudo, não superou o impacto emocional positivo de correr diante da torcida brasileira.

O piloto relatou que ouvir seu nome ecoando nas arquibancadas de Interlagos representa um dos pontos altos de sua carreira. Para ele, apesar dos resultados negativos, a etapa nacional foi a realização de um sonho e reforçou sua conexão com o público.


Bortoleto durante o GP de Interlagos em São Paulo (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Steven Tee)


Mudança para a Audi e expectativa de evolução

Com o fim da temporada, a Sauber encerra sua operação sob esse nome e dá lugar à Audi, que estreia em 2026 após adquirir o time suíço. Bortoleto permanece na formação e dividirá o cockpit com Nico Hülkenberg, consolidando a dupla que já atuou junta neste ano. A mudança estrutural entusiasma o brasileiro, que vê no novo projeto a oportunidade de participar da construção de uma equipe desde o início e liderar parte desse processo.

Segundo ele, a nova fase representa um passo fundamental na carreira, especialmente pela chance de integrar um fabricante com investimentos robustos e ambições de longo prazo. A expectativa é que o aprendizado obtido neste primeiro ano sirva como alicerce para um ciclo mais competitivo na Fórmula 1.

Com reconhecimento interno e experiência acumulada, Gabriel Bortoleto encerra sua primeira temporada com a convicção de que o trabalho realizado vai além dos números na classificação. A partir de 2026, caberá a ele transformar elogios em resultados mais consistentes na pista pela Audi.

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