Alta-costura verão 2023: O simples funciona

Ana Carolina Lara Por Ana Carolina Lara
4 min de leitura

Nesta temporada de moda de alta-costura do verão 2023, os diretores criativos mostraram que o simples e básico sempre funcionam. Sob o comando de Virginie Viard, Chanel entregou um show para a mulher contemporânea, com tweets e outras mais tradicionalidades renovadas.

Como numa praça de aldeia, o palco está montado para um espectáculo. Criados pelo artista Xavier Veilhan, onze animais monumentais feitos de madeira, papelão e papel revelam modelos um a um. Cartola, gravata-borboleta, luvas brancas, botas de renda, capa de cetim, saia plissada, paletó trespassado ou com fraque, camisa smoking, lantejoulas, shorts curtos, anáguas: é na poesia das majorettes que Virginie Viard desenha o imaginário de sua coleção de Alta Costura Primavera-Verão 2023.” Assim que Chanel descreveu seu show.


 

Chanel na semana de alta-costura Verão 2023. Foto: Divulgação/Chanel


O ambiente era de uma essência jovem, inserindo cartolas aos looks.

O artista francês Xavier Veilhan marcou presença levando esculturas de animais: cavalo, búfalo e elefante. Os bichos, de uma maneira conceitual, deram graça à passarela.

Na Armani, o estilista fundador da marca, Giorgio Armani trouxe a vibe do Arlequim (personagem da Commedia dell’arte. Sua função no início era  divertir e distrair o público durante os intervalos dos espetáculos).

O estilista italiano apostou em  uma cartela rala que contrastava com preto, brilhos e bordados, sem deixar de lado as transparências e  acetinados, assim, não se distanciando de seu público sofisticado.


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Desfile de Giorgio Armani


A marca descreveu o desfile como “uma dança imaginária, composta por linhas, luz e cores que vibram delicadamente, como se refratadas por um prisma. Esta coleção é uma fantasia luminescente em que as roupas dançam e brilham. Jaquetas pequenas com pedraria, saias longas, calças fluidas e vestidos justos que criam silhuetas sedutoras. Motivos de diamantes inspirados em uma pintura de arlequim pontuam as superfícies com geometrias coloridas em rosa peônia, turquesa, verde esmeralda e azul royal. Bainhas pretas rabiscam a figura ou percorrem o perfil das roupas, enquanto o rosto é iluminado por pequenos gorgères ou escondido por véus de tule. Assim como os interiores rococós dos palazzos venezianos, é o esplendor da luz, multiplicado por bordados extraordinários, que cria as sensações mais preciosas. Tudo é leve, impalpável e brilhante. O motivo dos diamantes expande-se para a passerelle, numa pintura que se torna realidade.

Com 77 looks na passarela, a grife trouxe evolução com os losangos, fossem feitos de patchwork ou cristais ou monocromáticos com flores, fazendo referência aos palácios venezianos com seus estilos rococó.

No espetáculo da Dior pudemos ver franjas, lingeries e transparência em cores que iriam dos neutros até os metalizados.


Dior deixou de lado os vestidos-bolo-de-festa e apostou em volumes estratégicos. Foto: Divulgação/Dior


A Bar Jacket, criada em 1947, marcou presença junto a outros looks de alfaiataria.

Sem volume, a maison apostou em cortes limpos. 

Foto de capa: Giorgio Armani trouxe o personagem Arlequim para seu desfile. Reprodução/Getty Images

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