Anna Wintour: A História do Ícone da Moda Contemporânea

Beatriz Portz Por Beatriz Portz
6 min de leitura

Aos 73 anos, a jornalista britânica Anna Wintour é considerada uma das figuras mais emblemáticas da moda contemporânea. No comando da Vogue americana desde 1988, a editora chefe é muito lembrada por seus icônicos óculos escuros, o clássico corte de cabelo (que já mantem há 20 anos) e por boatos sobre sua suposta difícil personalidade.  


Anna Wintour (Foto: Reprodução/The Fashiongton Post)


Londrina, nascida em 3 de novembro de 1949, Anna é filha de Charles Wintour, editor do jornal britânico Evening Standard. Desde cedo mostrou interesse por moda, sempre lendo edições da revista americana Seventeen e frequentando lojas, bares e baladas durante a principal época para a ascensão da moda na Inglaterra. 

Aos 15 anos, Wintour conseguiu seu primeiro emprego em uma boutique de moda. Em 1970 começou a trabalhar na área de jornalismo de moda depois de ser contratada como assistente editorial na extinta revista Harper’s & Queen. Em 1975, se mudou para os Estados Unidos com o jornalista Jon Bradshaw, até então seu namorado. Em Nova York, começou como editora júnior na Harper’s Bazaar e logo depois se tornou editora de moda na Viva, uma revista feminina para adultos. 


Anna Wintour jovem (Foto: Reprodução/Vogue)


Em 1978, com o fechamento da Viva, Wintour deu uma pausa na carreira e terminou seu relacionamento com Jon Bradshaw. Dois anos depois, Anna se tornou editora da Savvy, e em 1981 foi nomeada editora de moda na New York Magazine. Foi em 1983 que Anna Wintour ingressou na Vogue US como editora criativa (sendo a primeira pessoa a assumir este cargo na revista).  

É conhecida a rivalidade entre Wintour e Grace Mirabella, editora chefe da Vogue na época. Por conta dessas desavenças – e para não perder Anna Wintour – lex Liberman, diretor editorial da Condé Nast (grupo internacional dono de diversas revistas, entre elas a Vogue), tornou Anna editora chefe da Vogue Britânica.

Com o novo cargo, Wintour reestruturou e trouxe uma editoria mais moderna para a revista. A partir disso, começaram a surgir os rumores sobre sua personalidade e apelidos como “Nuclear Wintour” se tornaram populares. 

Em 1987, Wintour retornou para Nova York como chefe na House & Garden. Até que, em 1988, assumiu o lugar de Mirabella como editora chefe da Vogue US, a partir da eminente ameaça da chegada da revista francesa Elle em solo americano. 


Anna Wintour (Foto: Reprodução/The Fashiongton Post)


Anna Wintour se tornou um marco na história da Vogue. Com o novo cargo, realizou mudanças radicais, atualizando e trazendo moda popular para as capas das revistas. A primeira capa de sua editoria, mostra a modelo Michaela Bercu vestindo um look contrastado entre uma jaqueta de alta-costura da Christian Lacroix com uma calça jeans da Guess – essa foi a primeira vez que um jeans apareceu na capa de uma revista de moda. 


Primeira capa de Anna Wintour para a Vogue US em novembro de 1988 (Foto: Reprodução/Vogue)


Relatada sempre como controladora, Wintour é conhecida por acompanhar e aprovar pessoalmente todas as áreas envolvidas em cada edição da revista. Sempre trabalhando com dois ou três assistentes que a auxiliam em sua vida profissional e pessoal. 

Em 1995, Anna Wintour assumiu a organização do Met Gala, transformando o evento em uma das maiores celebrações da moda. Na lista de convidados sempre estão presentes estrelas do entretenimento e da moda, além de políticos e importantes personalidades atuais.


Anna Wintour no Met Gala 2019 (Foto: Reprodução/Met Gala)


Durante os anos 2000, a Vogue americana se consolidou como o maior veículo de moda do mundo. Em setembro de 2004 foi lançada a maior edição da revista, com 832 páginas. Em 2013, Anna Wintour assumiu também a diretoria artística da Condé Nast

No início de 2020, o jornalista André Leon-Talley, antigo colega de Wintour, publicou um livro de memórias, no qual relatou o desentendimento entre eles em 2018. 


Anna Wintour e Andre Leon Talley (Foto: Reprodução/Ron Galella)


No fim do mesmo ano, como parte das diversas mudanças internas da Condé Nast, Anna Wintour assumiu a diretoria de conteúdo e a diretoria editorial global da Vogue, participando e tendo influência nas publicações lançadas pelo mundo. 

Os diversos rumores sobre Anna Wintour serviram de inspiração para o livro, e posteriormente filme, O Diabo Veste Prada – o qual foi escrito pela ex-assistente da jornalista, Lauren Weisberger. 


Anne Hathaway e Meryl Streep em “O Diabo Veste Prada” (Foto: Reprodução/Divulgação)


Na biografia não autorizada, intitulada “Anna: The Biography”, lançada em 2022, a escritora Amy Odell afirma que Anna Wintour só se recordou de Lauren Weisberger após o sucesso do filme de 2006. “Quando Anna soube do livro, ela disse à editora da Vogue, Laurie Jones: ‘não consigo lembrar quem é essa garota’”, ressaltou a autora. 

 

Foto Destaque: Reprodução/Vogue

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