Em meio a tantas polêmicas fashionistas envolvendo as Olimpíadas de 2024, especialmente no Brasil com o uniforme da federação, as novas modalidades do evento trazem um frescor fashion às suas provas.
Adicionado na edição passada, o skate atraiu muita atenção, incentivando a inclusão de outros esportes urbanos na competição. O breaking, por exemplo, estreará na próxima edição, que começará em menos de dez dias. Ambos os esportes, historicamente alvo de preconceito, são hoje símbolos de cultura e identidade.
Quando se pensa em skate ou breaking, é impossível não relacionar a estética única que esses esportes carregam, especialmente em relação às suas vestimentas. Até pouco tempo atrás, essas roupas enfrentavam grande preconceito, pois o streetwear, estilo adotado por esses esportistas, está profundamente conectado à cultura negra.
Felizmente, nos últimos anos, esse estilo tem sido mais amplamente reconhecido, chegando até às passarelas da Balenciaga, por exemplo. A parte triste dessa evolução é que levou tanto tempo para ser valorizado, especialmente apenas quando foi adotado pela alta sociedade.
Modelo Balenciaga de 2017 com características oversized e sneakers (Reprodução/Estrop/Getty Images)
A moda, por sua vez, está intrinsecamente ligada à sociedade como um meio de expressão e identificação. Portanto, a estética mencionada é predominantemente caracterizada por sneakers, roupas largas, moletons, camisas estampadas, bonés e capuzes. A moda, por sua vez, está intrínseca na sociedade como um meio de expressão e identificação. Assim, a estética citada é predominantemente caracterizada por sneakers, roupas largas, moletons, camisas estampadas, bonés e capuzes. Esses elementos terão local de destaque nas vestimentas dos Jogos Olímpicos.
O que já sabemos sobre as vestimentas em Paris
Tanto a Adidas quanto a Nike já revelaram que farão parte do guarda-roupa dos atletas por meio de suas linhas dedicadas, como a adidas Skateboarding e a Nike SB. A Adidas é responsável pelas vestimentas dos esportistas brasileiros de skateboarding, que incluem estampas da artista Criola, conhecida por seus murais em diversas cidades brasileiras. Além disso, alguns itens da coleção estarão disponíveis para compra pelos espectadores no site da Adidas.
No seu Instagram, a artista Criola compartilhou um pouco da sua história e da realização pessoal que representa o projeto em colaboração com a Adidas para as Olimpíadas de Paris, além de ter anunciado que algumas peças já estão disponíveis no site da marca.
Apesar de ser artista plástica, Criola possui um estilo bastante autêntico com toques de streetwear, o que prova o quão perfeito foi esse casamento entre Adidas e Criola.
O fenômeno Rayssa Leal
Em Tóquio, no ano de 2021, o Brasil ficou encantado com o talento no skate da garota que, na época, tinha apenas 13 anos e se autodenominava ‘fadinha’. Hoje, aos 16 anos e já uma ganhadora olímpica, Rayssa Leal voltará às pistas olímpicas em busca da tão desejada medalha de ouro.
Rayssa provou ser um ícone fashion ao longo dos anos. Na última edição da revista Bazaar, a jovem foi consagrada ao aparecer vestida de Louis Vuitton, num estilo streetwear da cabeça aos pés, trazendo a estética do esporte para o mundo da moda.
Postagem realizada pela skatista falando sobre seus sentimentos com o lançamento de seu sneaker com a Nike (Reprodução/Instagram/@rayssalealsk8)
Com todo o seu talento, Rayssa trouxe novos espectadores para as Olimpíadas e estabeleceu uma conexão entre os esportes urbanos até com aqueles que não tinham o hábito de acompanhá-los. A força da garota foi evidenciada pelo tênis criado especialmente para ela em colaboração com a linha Nike SB, que esgotou em apenas 20 minutos após ser disponibilizado no site da marca. Demonstrando humildade, a atleta ainda se mostra surpresa com toda a comoção que causa.
Assim, a inclusão do skate e do breaking nos Jogos Olímpicos atrai um público novo e diversificado, enriquecendo o evento cultural e esteticamente, inclusive através da moda. Nada melhor do que uma representação fiel, e o fiasco com o uniforme oficial do Brasil mostrou que a população se importa com a moda apresentada nos jogos, pois ela representa a imagem do país.
Embora essa situação tenha deixado um gosto amargo para os amantes de moda e esporte, ao menos as vestimentas dos esportes urbanos parecem estar em boas mãos, o que promete trazer uma representatividade justa tanto para o esporte quanto para o país na busca pelas medalhas.