O ex-presidente Jair Bolsonaro, detido desde o último sábado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) após violar a tornozeleira eletrônica, teria apresentado uma nova crise de soluços durante a madrugada, segundo relato do senador Flávio Bolsonaro. O episódio ocorreu após visita feita ao pai na superintendência da Polícia Federal em Brasília e, segundo o parlamentar, acentua a preocupação da família, que acusa tratamento desumano e inadequado para o estado de saúde do ex-presidente.
Relato da família e estado de saúde
De acordo com Flávio, a crise só foi amenizada após a intervenção de um policial federal que teria oferecido medicamento para aliviar o desconforto. Ele relatou ainda que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, tem assumido cuidados diretos durante a noite, acompanhando o ex-presidente, ajustando sua posição na cama e verificando possíveis riscos de bronco aspiração, uma condição que pode gerar complicações sérias.
Segundo relatos de aliados, Bolsonaro estava emocionalmente abalado desde a detenção, comendo pouco, dormindo mal e demonstrando sinais de desgaste físico. O vereador Carlos Bolsonaro afirmou que o pai está “devastado psicologicamente” e que a repetição das crises de soluços pode indicar piora em sua condição geral.
Flávio diz que Bolsonaro teve nova crise de soluços durante a noite; ex-presidente está preso na PF https://t.co/3WosfqHrtc #g1 pic.twitter.com/g3KlCJfSUp
— g1 (@g1) November 25, 2025
Após visita ao pai, Flavio diz quadro de soluços continuam (Vídeo: Reprodução/X/@g1)
Posicionamento da PF e repercussões políticas
A Polícia Federal informou que Bolsonaro permanece detido em sala especial destinada a autoridades, sob as condições previstas para prisão preventiva. A corporação reiterou que a conversão da prisão domiciliar em preventiva foi motivada por indícios de risco de fuga, violação da tornozeleira e mobilização de apoiadores em atos que poderiam obstruir o trabalho policial. Embora não comente detalhadamente questões de saúde, a PF afirma que todos os cuidados médicos necessários estão sendo observados.
A nova crise reacende as já tensas discussões sobre a adequação das condições de custódia para ex-chefes de Estado, especialmente em casos de fragilidade física. A defesa de Bolsonaro pretende reforçar, nos próximos dias, o pedido para que ele retorne à prisão domiciliar, alegando agravamento do quadro clínico e exigindo tratamento mais compatível com sua condição. Flávio Bolsonaro tem dito que a manutenção da prisão “fere princípios humanitários” e ignora a vulnerabilidade do ex-presidente.
