Cid deve admitir venda de joias e entrega de dinheiro a Bolsonaro

Nicolas Garrido Por Nicolas Garrido
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A informação publicada pela revista Veja nesta quinta-feira (17) afirma que Mauro Cid vai relatar que vendeu jóias da presidência nos Estados Unidos a comando do ex-presidente Jair Bolsonaro, confissão esta que fará sob instrução de seu advogado, Cézar Bittencourt.


Advogado de Mauro Cid, Cézar Bittencourt, alega em defesa que o militar estava respeitando hierarquia (Reprodução / Alan Santos / PR)


Posse ilegal

A investigação da Polícia Federal ao patrimônio de Bolsonaro aponta que as jóias foram vendidas em junho de 2022, mês em que Cid obteve uma lista com dados de outros 37 itens de outro ajudante de ordens. Dias depois, Cid e o ex-presidente voaram a Los Angeles para a Cúpula das Américas e, segundo a PF, Cid teria levado as jóias neste voo, pois não retornou com a comitiva e registraram uma transferência no valor de US$68 mil (R$332 mil) de Cid nos dados da nuvem. 

Mauro Cid é tenente-coronel e trabalhou como ajudante de obras para o ex-presidente da República, sendo um de seus homens de confiança. Atualmente, Cid está preso preventivamente desde o dia 3 de maio, quando a Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro. Bittencourt assumiu a defesa de Cid nesta terça-feira (15) e é o terceiro advogado desde a sua prisão.

De acordo com o Tribunal de Contas da União, as jóias recebidas pelo Presidente da República em exercício devem ser anexadas no acervo da União após o fim do mandato, e não mantidas como posses. 

Investigações e suspeitos

Além de Cid, seu ‘braço direito’ e segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti,  o pai de Cid e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef também estão sendo investigados pela Polícia Federal, já que foram detidos na operação Lucas 12:2 – em analogia ao versículo bíblico “não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido” – sob mandados de busca e apreensão ratificados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Outros itens de luxo no patrimônio de Bolsonaro estão sendo analisados pelas autoridades.

 

Foto destaque: Mauro Cid está em prisão preventiva após colaborar com venda de presentes ao presidente da República, de posse da União. Reprodução / Ed Alves / CB / DA. Press

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