O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai fazer uma viagem de uma semana ao redor do mundo, enquanto o país passa por uma eleição de meio de mandato. Antes da viagem ele disse: “Se os Estados Unidos amanhã se retirassem do mundo, muitas coisas mudariam ao redor do mundo. Muita coisa mudaria.”
O objetivo dessas viagens, que tem paradas na Cop-27 no Egito, em uma reunião de nações do Sudeste Asiático no Camboja e uma cúpula de alto risco do Grupo dos 20 em Bali, Indonésia, é reafirmar a liderança dos EUA em áreas que o ex-presidente norte-americano Donald Trump ignorou ou evitou.
Joe Biden terá que lidar com assunto de ameaças globais que predominam sobre a sua viagem, como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, as tensões com a China, os problemas das mudanças climáticas e a provável recessão global nos próximos meses. Também serão levados em consideração, pontos críticos, como as provocações da Coreia do Norte e a dúvida sobre o programa nuclear do Irã.
Os assuntos que podem mudar completamente os resultados das eleições desta semana são sobre defender a Ucrânia e combate às mudanças climáticas.
É de praxe que os presidentes dos EUA, quando estão passando por momentos difíceis na política interna, se voltem mais para as políticas externas, onde podem agir com, relativamente – poucas restrições do Congresso. Em 2010, o então presidente Barack Obama, também fez uma viagem semelhante pela Ásia depois do “esmagamento” nas eleições de meio de mandato no mesmo ano.
Joe Biden e seus assessores estão convictos de que a sua versão do papel dos EUA vai permanecer e utilizam desse argumento em reuniões de alto risco. Nas eleições de meio de mandato deste ano, Biden conseguiu ir contrário a todo o histórico político do país e muitos candidatos escolhidos por Trump perderam. E no ano passado, teve aprovação de um grande investimento climático e ajudou a Ucrânia a reunir apoio e esforços, além de isolar a Rússia.
Apesar disso, os aliados americanos estão preocupados com o futuro dos compromissos dos Estados Unidos: com a Ucrânia, o combate às mudanças climáticas, os parceiros de tratados e a defesa das normas democratas. Os diplomatas estrangeiros estão acompanhando essas eleições de meio de mandato e estão analisando como os norte-americanos avaliam os dois primeiros anos de Joe Biden no poder e relatando aos seus países a insatisfação dos eleitores que podem alimentar o retorno de Donald Trump.
Donald Trump e Joe Biden. (Foto: Reprodução/Diário de Notícias)
Na noite desta quarta-feira (9), os republicanos pareciam estar ganhando o controle da Câmara dos Deputados. E enquanto Biden estiver do outro lado do planeta, Trump provavelmente anunciará a sua terceira candidatura presidencial.
Foto destaque: Presidente dos EUA, Joe Biden. Reprodução/Twitter.