O japonês Shoji Morimoto, de 38 anos, tem o emprego que muitos considerariam o trzabalho dos sonhos, ele simplesmente é pago para não fazer praticamente nada. O morador de Tóquio, cobra aos clientes basicamente pela sua companhia, é isso mesmo, Morimoto arrecada por cada reserva 10 mil yens (R$ 367).
Em junho de 2018, Morimoto ofereceu seus serviços no Twitter, escrevendo: “Estou disposto a me alugar, sou uma pessoa que não faz nada. Você acha chato ir às compras sozinho? Você sente falta de um jogador no seu time? Você precisa de alguém para lhe dar espaço? Você precisa de alguém para acompanhá-lo a uma festa em algum lugar? Se sua resposta for sim, entre em contato. Quero fazer coisas simples, não posso fazer nada além disso”, explicou.
Shoji contou como funciona a dinâmica de seu trabalho: “Basicamente, eu me alugo. Meu trabalho é estar onde meus clientes querem que eu esteja e não fazer nada em particular”, esclarece.
Antes de encontrar sua verdadeira vocação, ele trabalhava em uma editora e por diversas vezes foi questionado por “não fazer nada”. “Comecei a me perguntar o que aconteceria se eu fornecesse minha capacidade de ‘não fazer nada’ como um serviço aos clientes”, contou.
Shoji Morimoto (Foto:Reprodução/Twitter)
Morimoto tem como sua única fonte de renda o seu negócio de “auto aluguel”, com o qual mantém sua esposa e filho, antes da pandemia o japonês chegou a atender três a quatro pessoas por dia, hoje atende por volta de duas diariamente e revela “As pessoas tendem a pensar que meu ‘não fazer nada’ é valioso porque é útil (para os outros).Mas não há problema em não fazer nada. As pessoas não precisam ser úteis de uma maneira específica”, afirma.
Com seu trabalho, Morimoto tem a possibilidade de fazer coisas diferentes e visitar vários lugares, ele já foi a parques, já que um de seus clientes queria brincar em uma gangorra. Em outra oportunidade ele precisou sorrir e acenar pela janela de um trem, para atender o desejo de um cliente que queria fazer uma espécie de despedida. O “profissional” afirma que seu trabalho de “não fazer nada” não quer dizer que aceitará fazer de tudo, ele conta que já recusou várias ofertas, como transportar uma geladeira de um lugar para o outro e ir para o Camboja, além de não aceitar nenhum pedido de cunho sexual.
Morimoto tem quase 250 mil seguidores no Twitter, é por lá que ele encontra a maioria dos clientes interessados em sua companhia. E a presença do japanês parece agradar, pois 25% de seus clientes são recorrentes, inclusive um em especial que já o contratou por 270 vezes.
Foto Destaque: Shoji Morimoto tomando um chá. Reprodução/Twitter