Após o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente argentino Alberto Fenández, o assunto que ganhou destaque nas discussões públicas foi a proposta de criação de uma moeda única entre Brasil e Argentina.
No encontro que ocorreu em Buenos Aires, os presidentes anunciaram o desejo de que haja uma mesma divisa em transações comerciais. O anuncio gerou questionamentos sobre como funcionaria o sistema e a necessidade de esclarecimento sobre a diferença entre moeda comum e a moeda única.
De forma simplificada, a moeda comum é, de acordo com o Jornal de Brasília, “quando dois ou mais países escolhem usar uma mesma referência monetária em suas negociações comerciais. A moeda comum funciona como uma referência para trocas financeiras, não como uma divisa circulante, como é o caso do real e do peso”.
Desta forma, as importações e exportações, entre outras negociações, podem ser realizadas através de um valor na moeda comum. Isso não se aplica ao turismo, uma vez que os turistas continuarão a utilizar a moeda pertencente a cada país. O que não é o caso da moeda única, uma vez que no caso deste sistema, seria como os países da União Europeia, em que utilizam todos a mesma moeda: o euro.
Presidente do Brasil durante encontro com presidente da Argentina. (Foto: Reprodução/ Agência Brasil).
O maior referencial de transações financeiras e comerciais é o dólar norte-americano. O poder econômico dos países acabam sofrendo interferências da disponibilidade de dólar no país e as oscilações na cotação em relação com a moeda do próprio país.
A aplicação de uma moeda única na América do Sul é vista por especialistas como possibilidade irreal, uma vez que para que isso ocorra, os países envolvidos precisam de semelhanças em suas estruturas econômicas e fiscais. Além disso, esse tipo de sistema pode levar décadas para que seja implementado, além da necessidade de instituições políticas compartilhadas.
O desejo do governo brasileiro é criar uma facilidade para que haja integração regional, sem a necessidade de depender do dólar em transações entre os dois países. A moeda seria batizada se “sur”, seria digital e apenas para negociações comerciais e financeiras. As moedas utilizadas nos países continuariam como são atualmente.
Os países ainda estão em fase de estudos técnicos, ou seja, ainda não há prazos para implementação da medida.
Foto destaque: Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, do Brasil e da Argentina. Foto: Reprodução/ Poder360.