O caso que chocou o país traz novos capítulos das ações tomadas pelas instituições responsáveis. A Universidade de Santo Amaro – Unisa – expulsou quinzes estudantes que participaram dos atos de masturbação em um jogo universitário de vôlei feminino que ocorreu em abril deste ano.
Nesta sexta-feira (22), após os vídeos do ocorrido se tornarem virais no domingo (17), estudantes têm cobrado a instituição de atitudes e posicionamento. Além disso, muito se fala sobre o dever do estado de punir os envolvidos. Desde o começo da semana nenhuma das autoridades tem sido transparente sobre o número de alunos desligados.
De acordo com apuração do Jornal Hoje da Globo, e do portal G1, hoje o número de expulsões chegou a quinze, e todos são calouros do curso de medicina e têm entre 18 e 19 anos.
Reportagem do G1 informa prazo estimulado pelo Ministério da Educação para resolução do caso (Foto:Reprodução/X/@g1)
Relembre o caso
Os alunos flagrados fazendo o ato obsceno são do time de futsal da Unisa, e estavam na arquibancada no momento do jogo. O time de vôlei feminino jogava contra a Universidade de São Carlos, e nas imagens circuladas pela internet os estudantes surgem todas as partes íntimas. A Delegacia de Investigações Gerais – DIG – e a Secretária de Segurança Pública – SSP – são os órgãos responsáveis pela investigação, contudo não divulgaram para público e a imprensa por quais crimes os alunos podem ser autuados.
Assim que notificada do caso, a Universidade Unisa soltou uma nota em suas redes sociais, dizendo que colaborará para as investigações e que tomará providências contra os envolvidos na masturbação coletiva.
Nota divulgada pela Unisa sobre o caso (Foto:Reprodução/Instagram/@unisaoficial)
Motivação do ato
Segundo as investigações, o que motivou a atitudes dos estudantes foi o conhecido trote das turmas de medicina. Os demais alunos afirmam que todos que ingressam na faculdade precisam se submeter a várias exigências, mas que quem pretende fazer parte da atlética precisa passar pelo trote, que pode envolver até mesmo agressões.
Um aluno relata que mesmo que não queiram, são forçados a aceitar tais imposições: “Falam que nós não vamos ter acesso a oportunidades dentro da faculdade, que não vamos conseguir arrumar emprego depois de formados, pois não vai ter ninguém para indicar.” Além disso, ele explica que quem não topa participar, fica impedido de competir nos esportes, e que ficam marcados na universidade pelo resto do curso. É comum inclusive batizar os calouros com um nome que muitas é ofensivo, que vai acompanhá-lo até o final da graduação.
Os depoimentos recebidos na central de denúncias aberta pela Universidade ainda dizem que o trote dos calouros costuma durar o semestre todo.
Foto destaque: Fachada da Universidade de Santo Amaro Unisa. Foto: Reprodução/X/@g1