Filho leva carta de socorro a escola e salva mãe de agressão e cárcere privado

Raphael Klopper Por Raphael Klopper
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Um filho conseguiu salvar a mãe através de uma carta levada a escola. A mulher vinha sendo mantida de refém pelo marido em sua fazenda onde era agredida e ameaçada. O caso aconteceu em Paraíso das Águas (MS), onde depois que a direção da escola recebeu a carta com o pedido de ajuda, acionaram a polícia de Água Clara, cidade vizinha, e conseguiram prender em flagrante o suspeito nessa última terça-feira (27).

A carta foi redigida pela própria mulher que preferiu não ser identificada, e pediu ao filho para entregá-la à diretora de sua escola.

Bom dia, é a mãe do ***, estou entrando em contato com vocês porque preciso muito de ajuda. Sou vítima de violência doméstica. Ontem o meu companheiro me agrediu novamente, meu filho entrou na frente pedindo para ele não me bater e ele bateu no meu filho também” – diz parte da carta.

Recebendo ajuda do Conselho Tutelar e da Coordenadoria da Mulher, a polícia seguiu até a área rural de Água Clara onde encontraram a mulher em situação de cárcere privado e com sinais de violência doméstica. Ainda na própria carta, a mulher alega ser mantida de refém e viver sob constantes ameaças, de sua vida e da vida de seus filhos, sem nunca poder sair de casa ou contactar parentes.


Escola municipal em Minas Gerais onde o filho da vítima estuda (Foto: Reprodução / UOL Notícias)


De acordo com informações da ocorrência, o homem teria agredido a vítima com golpes de falcão, causando um corte na mão esquerda no domingo (25). Depois o suspeito teria trancado a mulher em um quarto e os filhos em outro cômodo da casa da fazenda. Ainda há evidências de que o suspeito tenha se utilizado de armas de fogo para torturar e ameaçar a mulher e as crianças.

Durante a apreensão à casa da fazenda, a Polícia Civil prendeu o suspeito em flagrante julgado pelo crime de cárcere privado e posse e porte irregular de armas de fogo de uso permitido. Junto a prisão, a polícia encontrou e apreendeu duas espingardas de fabricação caseira e munições. De acordo com o testemunho de uma das crianças, o suspeito teria fugido do local assim que avistou a viatura da polícia se aproximando da fazenda.

A Polícia Civil no momento investiga o caso como lesão corporal, e disse que irá ouvir as testemunhas e a vítima, além de apresentar à mulher seus filhos a possibilidade de medidas protetivas de urgência e outras providências para sua proteção. Algo nesse sentido já sendo feito foi o acionamento do Conselho Tutelar municipal feito pela PM, que providenciou acolhimento para a família e transporte até Governador Valadares, onde residem os familiares da vítima.

Foto Destaque: Carta escrita pela mulher vítima e entregue na escola do filho (Reprodução / G1)

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