Gás encanado tem aumento de 60% em seu preço até agosto

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
4 min de leitura

O preço do gás encanado deve possuir um valor com aumento de 60% até agosto desse ano, como foi projetado pela ARM Consultoria.

O gás encanado (natural), não é refinado do petróleo, como é o GLP (gás de botijão). Contudo, é a cotação internacional do petróleo que influencia no impacto dos preços mais altos. A Guerra na Ucrânia fez o valor do barril de petróleo se elevar. 

O gás em botijão chegou ao preço de R$160,00, e o preço do encanado foi o próximo a ter reajuste. O sócio-fundador da ARM Consultoria, Bruno Armbrust, informa que está previsto um reajuste de 20% a 25%, em maio.

Armbrust explica: “Estimamos que agosto deve ser o pico de aumento dos preços de gás encanado, acumulando alta de 60% no ano, isso se o barril de petróleo se mantiver na casa dos US$ 115. Mas se ficar ainda mais caro, podemos ver um novo reajuste em novembro”.


Barril do petróleo apresenta uma sequência de alterações no valor, e como consequência, o gás encanado terá seu preço aumentado em até 60%. (Foto: REUTERS/Nick Oxford)


O diretor de Gás Natural da Abrace (Associação dos Grandes Consumidores Industruais de Energia e de Consumidores Livres), Adriano Lorenzon, diz que “Hoje, a Petrobrás é a principal fornecedora de gás encanado e responde por algo em torno de 90% do mercado brasileiro. A precificação que a empresa usa para o gás é baseada no petróleo Brent, que está sofrendo altas no preço desde o final do ano passado. A situação ficou pior com a guerra na Ucrânia”.

O consumo de gás encanado é mais centrado em indústrias do que em residências, como por exemplo, os prédios abastecidos pela Comgás, em São Paulo. Armbrust considera que o país tem cerca de 70 milhões de residências, e apenas 3,5 milhões abastecidas pelo gás encanado.

O aumento no preço do gás encanado será sentido de forma diversa, porque quanto maior o valor do gás para a indústria, maiores os preços dos produtos e serviços oferecidos pelas companhias.

O petróleo Brent iniciou o ano cotado a US$ 77,17, até ser negociado a US$ 139,13 em 7 de março deste ano, um recorde em 14 anos. Hoje está no patamar de US$ 116,38, representando uma alta média 52% no ano, um dos períodos de maior votalidade de preço ao lado do início da pandemia, com a demanda baixa, levando a cotação no mercado futuro a ficar negativa“, apontou o sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, Idean Alvez.

Como o mercado brasileiro segue sem paridade com o preço internacional, qualquer novo reajuste lá fora acaba tendo que ser repassado para o consumidor final aqui no Brasil, para que as empresas não assumem esses custos e não tenham prejuízo financeiro com a venda“, disse ainda Idean. 

A guerra entre Ucrânia e Rússia foi mais uma pressão para o preço do barril de petróleo ter aumentado.

 

Foto em destaque: Consultoria alerta que gás encanado terá aumento de 60% até agosto deste ano. (Reprodução/EPTV)

Deixe um comentário

Deixe um comentário