Um dos líderes do grupo radical islâmico Hamas, Khaled Meshaal, afirmou nesta segunda-feira (16) que o Hamas possui os recursos necessários para libertar todos os palestinos nas prisões de Israel. Ele indicou a possibilidade de utilizar os reféns israelenses, que incluem tanto israelenses quanto estrangeiros capturados após o ataque surpresa em 7 de outubro, como moeda de troca para assegurar a liberdade dos prisioneiros palestinos.
Reféns
O Hamas, juntamente com outras facções, tem há muito tempo reivindicado a libertação dos aproximadamente 6 mil palestinos detidos em prisões israelenses. No entanto, a questão dos reféns capturados pelo grupo após o ataque recente gerou uma situação complexa e tensa. Os militares israelenses afirmam que o Hamas mantém 199 reféns em Gaza, enquanto o próprio grupo alega que o número está entre 200 e 250.
Em 2011, Israel realizou uma troca, libertando centenas de prisioneiros palestinos em troca do soldado israelense Gilad Shalit, que ficou detido por cinco anos. Contudo, negociar a libertação de dezenas de reféns em circunstâncias atuais parece uma tarefa difícil, por ser fortemente criticada pelos israelenses, que consideram a troca “desequilibrada”.
Membros do Hamas mascarados. (Foto: reprodução/Abid Katib/Getty Images via CNN)
Negociações
Entre os reféns do Hamas estão cidadãos de diferentes nacionalidades, incluindo Tailândia e Alemanha. Além disso, há relatos de desaparecimento de cidadãos de outros países, e acredita-se que israelenses com dupla nacionalidade, como dos Estados Unidos, também possam ter sido sequestrados.
O porta-voz do braço armado do Hamas, Abo Obeida, afirmou em um vídeo que o grupo considera esses reféns estrangeiros como “convidados” e que serão libertados “quando as circunstâncias locais permitirem“. No entanto, outro alto funcionário do Hamas, Moussa Abu Marzouk, ressaltou que os prisioneiros estrangeiros não podem ser libertados devido ao contínuo bombardeio israelense na Faixa de Gaza, acrescentando complexidade às negociações em curso. A situação permanece incerta, com desdobramentos imprevisíveis em meio às tensões entre o Hamas, Israel e os reféns envolvidos.
Foto destaque: Abo Obeida, porta-voz do braço armado do Hamas, em video divulgado no Telegram. Reprodução/Telegram/O Globo