PIB tem previsão de crescimento maior que o esperado em 2022

Sara Corrêa Por Sara Corrêa
3 min de leitura

De acordo com as revisões em série feitas pelo mercado para que haja um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), haverá uma alta maior que o esperado durante o primeiro semestre deste ano. E os especialistas estimam uma margem ainda maior de expansão do chamado PIB potencial do Brasil.

Uma alta de 2,02% é prevista neste ano, segundo o último Boletim Focus. Para o início de 2022, a projeção do mercado era de apenas 0,28%. Uma alta de 1% se considerarmos o primeiro trimestre.

A pesquisadora do Ibre-FGV, Juliana Trece, diz que, segundo cálculos do instituto, o hiato, ou distância, entre o PIB real e o potencial tem reduzido. Os números indicam uma recuperação da economia brasileira em relação aos anos anteriores, mas também tem um potencial para que haja um crescimento ainda maior neste ano. O primeiro trimestre indica que ele reduzido foi de 1,4%. No último trimestre de 2021, teve uma menor diferença em mais de sete anos, com -0,4%.

O PIB potencial leva em consideração o quanto a economia cresceria sem inflação descontrolada, com emprego em nível que não pressionaria a economia. Ou seja, um cenário criado para fazer uma comparação com a realidade do país.

De acordo com a Juliana Inhasz, professora do Insper, o Brasil “tem ficado perto do PIB potencial, tanto que a inflação não acelerou em momentos que crescia ao redor de 1% desde 2016. Ela acelerou recentemente por causa de choques, mas vemos um componente de demanda também, por isso espera-se um crescimento acima do potencial, de 2%”.

O crescimento maior que o esperado pelo mercado é consequência de uma dinâmica externa, de alta nos preços das commodities e um impulso fiscal por meio de medidas do governo federal, com mais gastos, afirma a economista.  


Crescimento do PIB é maior que o esperado pelo mercado. Foto: (Reprodução/Portal Contábeis)


A crise e um quadro de recessão de 2015 tem reflexos até hoje na economia do Brasil, porque o PIB real reverteu a tendência de crescimento acima do potencial, tendo uma diferença, ou hiato, negativo.

Segundo os economistas, outros motivos para a alta do PIB são devido a medidas do governo como antecipação do FGTS e o teto do ICMS, gerando uma expansão que não estava sendo precificada pelo mercado, e com a concretização da reabertura da economia houve uma reação do setor de serviços.

 

Foto destaque. Crescimento do PIB é maior que o esperado. Foto: Reprodução/UOL.

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