O papa Francisco compareceu à embaixada russa, na Santa Sé, para externar “sua preocupação pela guerra” na Ucrânia, assim segundo a informação veiculada pelo gabinete de imprensa do Vaticano nesta sexta-feira, 25. O caso se deu após o cancelamento da ida do pontífice a Florença, Itália, em razão de uma gonalgia (dor no joelho).
A poucos metros da cidade do Vaticano, o chefe da Igreja Católica se deslocou para dialogar com Alexander Avdeev, embaixador russo. Do encontro pouco se sabe, além do provável incômodo que o líder religioso sente, diante das novas notícias vindas do leste europeu.
Devido à condição mencionada anteriormente, por questões de saúde, o pontífice apareceu de carro na sede diplomática, onde se manteve por mais de meia hora. O encontro não foi confirmado por autoridades russas.
A revista EXAME mencionou que a agência de notícias argentina Telam, presente na reunião, corroborou a versão da Santa Sé. Com essas informações, o gesto pode ser interpretado por muitos como uma proposta de apaziguar os dois lados do conflito.
Putin e papa Francisco em 2019, no Vaticano (Foto: Reprodução/CNS/Paul Haring via National Catholic Reporter-NCR).
Francisco já havia feito menções menos marcantes ao caso, como quando pediu para “preservar o mundo da loucura da guerra” e confirmou ainda considerar a existência de espaço para diálogo, negociações e “uma solução pacífica para o conflito russo-ucraniano”.
Pietro Parolin, cardeal, secretário de Estado e figura mais importante do país após o papa, afirmou:
“Os cenários trágicos que todos temiam infelizmente estão se tornando realidade. Mas ainda há tempo para boa vontade, ainda há espaço para negociação”.
Embora não sejam Rússia nem Ucrânia países de maioria católica, mas cristã ortodoxa, uma pequena fração dos habitantes desses países está em comunhão com o patriarca de Roma através das igrejas católicas orientais. As igrejas católica e ortodoxa separaram-se em mútua excomunhão ainda na Idade Média e, desde então, o oriente cristão olha para o chefe católico com hesitação.
Isso obviamente se reflete na política internacional. Embora Putin não tenha atacado diretamente o pontífice, a posição católica pode ser vista como imposição ocidental sobre a situação, assim como a pressão de Biden e União Europeia.
Foto Destaque: papa Francisco e cardeal Pietro Parolin. Reprodução/ D.R via Jornal da Madeira