O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou apoio à Taiwan em programa da CBS exibido no último domingo (18). A fala do chefe de Estado sucedeu a um questionamento feito pelo entrevistador Scott Pelley, no qual teve como cerne uma possível invasão chinesa à ilha de Taiwan.
Joe Biden não expôs de maneira explícita seu posicionamento diante da reivindicação da China pela ilha auto-independente. De início, o presidente disse: “Nós [EUA] não estamos encorajando eles [Taiwan] a serem independentes. A decisão é deles.”
Em seguida, Pelley indagou: “Mas as forças dos EUA defenderiam a ilha?”
Biden afirmou que sim, mas caso o governo chinês atacasse a ilha de Taiwan de surpresa. O que gerou uma segunda posição da Casa Branca logo após a entrevista, que apontou a fala do presidente como uma política não oficial.
Para a CBS, a Casa Branca declarou que, politicamente, as forças armadas estadunidenses não deveriam destinar esforços à ilha em caso de ataques. Mas que diante da decisão do chefe de Estado, seria essa a posição considerada.
Em repúdio, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning declarou que o país se preza a tomar medidas diante da conjuntura coligada a Taiwan.
“Existe apenas uma China no mundo, Taiwan faz parte dela, e o nosso governo é o único governo legítimo da China”, disse Mao.
Taiwan sob espionagem
Soldados de Taiwan são registrados por drones chineses. (Foto: Reprodução/Ministério da Defesa de Taiwan)
Desde a visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, à Taiwan, mensagens implícitas de conflito rondam os ares da ilha.
Alguns vídeos registrados por drones estão circulando na rede social chinesa Weibo. Neles, mostram militares do Taiwan sendo provocados pela movimentação dos objetos voadores em áreas restritas.
As gravações viralizaram na mídia social entretendo os internautas chineses como se fosse um conteúdo cômico. Após denúncias, o Ministério das Relações Exteriores da China disse não haver problema diante da questão. Segundo um porta-voz, são apenas “drones chineses voando sobre território da China”.
A imprensa de Taiwan repudia o caso e apontou a invasão como um fator que também compromete a integridade da força militar do país.
“Tudo isso é muito desmoralizante para os taiwaneses, e é mantido em um nível projetado para não deixar Taiwan relaxar, não deixar Taiwan esquecer a ameaça”, disse a jornalista Isabel Hilton, que acompanha a conjuntura chinesa.
Foto Destaque: Xi Jingping (presidente da China) e Joe Biden (presidente dos EUA) divididos por bandeira do Taiwan. Reprodução/Agence France-Presse (AFP).