O Ministério do Interior divulgou hoje (12) um novo balanço do terremoto que atingiu o Marrocos na semana passada. O número de vítimas fatais agora totaliza 2.901, tornando este um dos terremotos mais destrutivos dos últimos anos em todo o mundo. Além das vítimas fatais, cerca de 5.530 pessoas ficaram feridas, de acordo com informações do governo marroquino, ainda há centenas de desaparecidos.
O tremor ocorreu nos arredores de Marrakech na noite de sexta-feira (8) e foi registrado com magnitude 6,8 pelos serviços geológicos norte-americanos, enquanto o centro marroquino de pesquisa científica e técnica o estimou em magnitude 7. O terremoto representa o evento sísmico mais poderoso já registrado desde o início dos registros modernos no país e afetou uma área densamente habitada.
O terremoto
Na noite de sexta-feira (8), o Marrocos foi atingido por um terremoto de magnitude 6,8, de acordo com informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos. O impacto do tremor causou alarme entre os moradores e turistas na região de Marrakech.
O epicentro foi registrado a uma profundidade de 18,5 km, situando-se cerca de 72 km a nordeste de Marrakech, ocorrendo pouco depois das 23h, horário local – 19h no horário de Brasília – conforme relatado pela agência.
As buscas
Nesta segunda-feira (11), centenas de equipes de busca, incluindo membros de Marrocos e de outros países, intensificaram os esforços para localizar desaparecidos, principalmente na província de Al Haouz, que foi o epicentro do terremoto. Militares do Reino Unido, Espanha, Emirados Árabes e Catar se encontram no país, trazendo equipamentos avançados de busca, como microcâmeras para inspecionar os escombros.
Um dos principais desafios enfrentados pelas equipes de resgate, conforme relataram à agência de notícias Reuters, é o tipo de construção predominante na região afetada. Muitas residências são construídas com materiais como barro, pedra e madeira bruta, o que torna as operações de busca mais complexas.
Segundo um socorrista militar, remover sobreviventes é uma tarefa complicada devido ao fato de que a maioria das estruturas desabou em montanhas de terra, deixando pouco ou nenhum espaço vazio para aqueles que estavam dentro.
Ajuda de outros países
Países vizinhos e aliados se uniram para ajudar o Marrocos a encontrar os desaparecidos e ajudar os desabrigados (Fotografia: Reprodução/G1/Ahmed El Jechtimi/Reuters)
A demora do governo marroquino em aceitar ofertas de ajuda e em formalizar um pedido oficial de auxílio tem dificultado a assistência internacional, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Até o momento desta reportagem, a ONU informou que o Marrocos ainda não havia apresentado um pedido oficial de ajuda humanitária. É a partir dessa solicitação que as agências das Nações Unidas podem mobilizar equipes de apoio.
A Argélia, uma nação vizinha que enfrenta conflitos com o Marrocos, tomou a iniciativa de reabrir seu espaço aéreo, que estava fechado por dois anos, para permitir a passagem de aeronaves destinadas ao transporte de ajuda humanitária e ao resgate de feridos.
O governo de Rabat justificou a demora, alegando a necessidade de avaliar as ofertas de ajuda para evitar descoordenação nas operações. No sábado (9), o país decretou três dias de luto nacional, e líderes de todo o mundo expressaram suas condolências à capital marroquina.
Foto destaque: Terremoto no Marrocos já deixou mais de 2500 mortos e 5000 desabrigados. Reprodução/G1/Ahmed El Jechtimi/Reuters