A Universidade Santo Amaro (Unisa) informou nesta segunda-feira (18) a decisão de expulsar alunos de medicina responsáveis por “punhetaço” durante uma partida de vôlei feminino universitário no interior de São Paulo.
O caso
Em vídeos divulgados nas redes sociais, um grupo de estudantes da Unisa foi flagrado com as calças abaixadas e simulando movimentos de masturbação durante um jogo de vôlei feminino no Centro Universitário São Camilo. O vídeo, postado por uma aluna da São Camilo que assistia ao jogo, tinha a legenda “Um bando de animal (sic). Nunca vi tanto idiota nojento junto. Parabéns Unisa por conseguir ser a pior faculdade da história.”
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>MASTURBAÇÃO COLETIVA<br>No país que tem 1 estupro a cada 7 minutos<br><br>O time de futsal masculino da Faculdade de Medicina UNISA se masturbou coletivamente durante jogo de vôlei feminino.<br><br>Como eu digo, ser mulher é um ato de coragem!<br>Crime: importunação sexual, pena de 1 a 5 anos. <a href=”https://t.co/Ikq745A9ix”>pic.twitter.com/Ikq745A9ix</a></p>— Alessandra Campêlo (@ale_campelo) <a href=”https://twitter.com/ale_campelo/status/1703416613939163186?ref_src=twsrc%5Etfw”>September 17, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Alunos são expulsos de universidade após “masturbação coletiva” em jogo de vôlei feminino. (Reprodução/X)
O caso, que aconteceu entre 28 de abril e 1 de maio, recebeu maior atenção após o empresário e youtuber Felipe Neto republicar o vídeo em suas redes sociais cobrando um posicionamento da Universidade. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que assim que tomou conhecimento do caso, iniciou uma investigação do ocorrido.
A Atlética de Medicina da Unisa, A.A.A.J.D.D., e o Centro Acadêmico Rubens Monteiro de Arruda publicaram notas nas redes sociais repudiando os atos realizados pelos estudantes, e afirmando que a ação não representa os princípios e valores da instituição.
Na nota divulgada pela Unisa, a universidade afirma ter expulsado os alunos envolvidos nos atos, e estar colaborando com as investigações do caso.
Notas de repúdio
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Ministério das Mulheres publicaram notas de repúdio ao caso em suas redes sociais.
“Esses estudantes precisam ser responsabilizados pelos crimes cometidos em uma conduta inaceitável durante um jogo de vôlei feminino”, escreveu a UNE. O Ministério das Mulheres afirmou que “romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei”.
Essa não é a primeira vez em que alunos de medicina se envolvem em casos de misoginia. Em 2017, um grupo da Universidade de Vila Velha (UVV) postou em suas redes sociais uma foto onde estão vestindo jaleco, com as calças nos tornozelos, e fazendo um gesto em frente ao corpo que remete à uma genitália feminina. Na época, o caso viralizou, e a Universidade optou por expulsar os alunos.
Foto destaque: alunos de medicina são flagrados simulando gestos de masturbação em jogo de vôlei feminino. Reprodução/Tribuna Hoje.