Mesmo sem ter a intenção de beneficiar o governo de Jon Biden, a viagem de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, à Taiwan pode sim favorecer o governo do democrata Jon Biden, apesar de não ter sido apoiada pelo presidente, segundo análise da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP, Fernanda Magnotta.
Foto: Nancy Pelosi, presidente da Câmara norte-americana em viagem à Taiwan (Foto: Reprodução/Getty Images)
“O Biden apazigua os ânimos dizendo que não tem nada com a visita, mas a gente sabe que, simbolicamente, isso o beneficia”, afirmou. Na visão avaliativa da presidente da câmara, há, pelo menos, dois principais motivos que fizeram com que Pelosi viajasse ao país asiático vizinho à emblemática China.
O primeiro deles estaria relacionado ao fortalecimento das questões internas norte-americanas. “Tem a ver com as eleições legislativas nos Estados Unidos, tem a ver com opinião pública americana e, portanto, não deixa de ser algo para consumo doméstico dentro do país”.
Seguindo esse sentido, a visita poderia “Levar uma mensagem que é muito aceita, principalmente a esse eleitorado democrata, para dizer que eles estão alinhados a uma agenda de valores, mostrar que os Estados Unidos seguem fortes na política internacional. E, portanto, não há essa ameaça do declínio”, refletiu.
Complementou dizendo que existem, também, questões geopolíticas do cenário atual. “Claro que não deixa de se conectar com a realidade da crise na Ucrânia. Nós acompanhamos nos últimos meses essa aproximação sino-russa e os Estados Unidos se ressentindo muito disso e percebendo os efeitos de longo prazo que isso pode representar em termos de contestação da ordem mundial”, explicou.
Numa visita rápida, chegando em Taiwan na terça-feira (2) e voltando aos Estados Unidos na quarta-feira (3), por volta das 7h (horário de Brasília), Pelosi se comprometeu a ser solidária ao território do país visitado.
Foto destaque: Nancy Pelosi em visita à Taiwan (Foto: Reprodução/Getty Images)