Segundo relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1 bilhão de refeições são desperdiçadas todos os dias, enquanto a fome atinge cerca de 780 milhões de pessoas no mundo.
“Uma tragédia global” diz o texto divulgado nessa quarta-feira (27), que revela dados preocupantes. O índice é somado com os 13% de alimentos perdidos durante a exploração agrícola até chegar à mesa, o que seria cerca de um terço de desperdício durante o processo de produção e uma média de 132 kg de comida no lixo por pessoa.
“Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano.”
Richard Swannell, integrante da ONG Wrap
A organização destacou também que isso ocorre com mais frequência em países quentes por conta de refrigeração inadequada, o que torna mais dificultoso ainda o transporte e armazenamento desses alimentos antes que estraguem.
Lixeira com restos de comida (Foto: reprodução/Richard Baker / In Pictures / Getty Images Embed)
Os lares são responsáveis por 60% do desperdício, 28% são de restaurantes, lanchonetes e bares, e 12% de supermercados. Outros fatores que contribuem para o número são as compras maiores do que uma pessoa precisa, porções de tamanhos errados, sobras e as datas de validade.
Questões ambientais
Além da fome, a produção de alimentos contribuiu também no impacto contra o planeta. Essa parte exige diversos recursos e quantidades de água e terra, gerando emissões e, consequentemente, o aquecimento global.
Sede da ONU (Foto: reprodução/Adam Gray/ Getty Images Embed)
O relatório explica que a maioria dos resíduos vão para aterros e conforme se decompõe, produzem gás de efeito estufa que apresentam cerca de 80 vezes o poder do dióxido de carbono nos primeiros 20 anos, agravando alterações climáticas e o ecossistema.
No Brasil
A ONU fez um estudo no Rio de Janeiro e mediu o desperdício por habitante, revelando que na cidade 94 kg são descartados por pessoa a cada ano. Apesar de ser abaixo da média mundial, o número também traz apreensão.
O estudo ainda afirmou que os bairros de classe média baixa são onde ocorrem mais casos, levando em conta sobras de refeições e cascas de frutas e ossos.