Grupo de brasileiros detidos em flotilha por Israel chega ao Brasil nesta quinta

Os treze brasileiros detidos pela Marinha de Israel durante a flotilha Global Sumud devem retornar ao Brasil nesta quinta-feira (9), com desembarque no Aeroporto de Guarulhos–SP. Eles haviam sido presos na prisão de Ktzi’ot e em seguida transferidos via terrestre até a fronteira com a Jordânia, após terem sido deportados, de acordo com a organização responsável pela flotilha.

A previsão é de que o voo procedente de Doha chegue ao Brasil por volta das 10h40, desembarcando em São Paulo. No aeroporto, as famílias e os amigos dos brasileiros devem aguardar junto à coletiva de imprensa. 

Deportação do grupo

Após deixarem a prisão de Ktzi’ot, eles foram levados a pé para a Jordânia, atravessando a ponte Allenby/Rei Hussein. De acordo com a organização da flotilha, as autoridades israelenses não permitiram acesso direto aos brasileiros, negando também uma possível comunicação e interação com eles, enquanto estivessem sob custódia da prisão. 

Entre os brasileiros deportados estão Thiago Ávila, ativista, e Luizianne Lins, deputada federal do Ceará. Na segunda-feira (6), o primeiro deportado do grupo desembarcou no Rio de Janeiro, sendo também o primeiro brasileiro a retornar ao Brasil. Nicolas Calabrese é cidadão argentino e italiano, e vive no Brasil há mais de dez anos, atuando como professor de educação física. 


Thiago Ávila, ativista brasileiro (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Europa Press News)

Interceptação da flotilha

O grupo de brasileiros foi interceptado por Israel na semana passada, durante os dias 1 e 2 de outubro, entre a noite e a madrugada. O objetivo da flotilha era levar ajuda humanitária para Gaza, através de uma frota de 44 navios, que levavam mais de 460 pessoas. 

Além dos treze brasileiros, os barcos ainda levavam cidadãos de outros 40 países, como Argentina, Colômbia, África do Sul e Nova Zelândia, que também foram presos e deveriam deixar a prisão junto aos brasileiros. 

A organização da flotilha classificou a intercepção como “um ataque ilegal a agentes humanitários” e confirmou que as autoridades consulares do Brasil prestaram assistência durante a transição entre os países. Já Israel afirmou que os ativistas estavam apenas provocando o país, sem estarem realmente interessados em ajudar Gaza. Não foi a primeira vez que ativistas tentaram chegar a Gaza para oferecer ajuda humanitária, mas também foram interceptados por Israel ou sofreram algum ataque.