O cemitério de Khan Younis, no sul de Gaza, sofreu extensos danos pelas forças israelenses que, desde a última segunda-feira (15), exumam corpos em busca dos restos mortais de pessoas feitas reféns pelo Hamas. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram à CNN a realização dessas ações, visando devolver os corpos às suas famílias.
Israel admite ações em cemitério palestino
Na última quinta-feira (18), um porta-voz das IDF informou à CNN que a identificação dos reféns é conduzida por profissionais, respeitando a dignidade dos falecidos. Se identificado como não sendo um dos reféns, o corpo é devolvido com dignidade e respeito aos familiares.
A busca é por 27 corpos de reféns executados pelo Hamas, e Israel acredita que 132 reféns ainda continuam em territórios palestinos, dos quais 105 estariam vivos. O porta-voz acrescentou que, se o Hamas não tivesse tomado homens, mulheres, crianças e bebês como reféns, a operação nos cemitérios da Faixa de Gaza não seria necessária.
Ação gera revolta dos palestinos
A ação das forças israelenses tem gerado revolta nas redes sociais, com vídeos mostrando os danos aos túmulos, sepulturas abertas e os restos mortais expostos, e alguns palestinos denunciando a ação como roubo dos cadáveres pelos militares. Segundo o direito internacional, se comprovado que foi um ataque às sepulturas, a operação no cemitério poderia se configurar como um crime de guerra.
Não é a primeira vez que o exército de Israel é acusado de danificar cemitérios em território palestino. Em dezembro de 2023, os militares avançaram ao norte da Faixa de Gaza e destruíram pelo menos seis cemitérios da região. Na época, Israel não deu nenhum parecer sobre os atos. Segundo o The New York Times, uma base militar possivelmente foi instalada pelos militares israelenses em um dos cemitérios destruídos.