Israel infiltra em hospital com soldados disfarçados e mata três pessoas

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
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Funcionário do Hospital na Cisjordânia observa as imagens das câmeras de segurança.(Foto:Repdoução/AP/Majdi Mohammed)

Nesta terça-feira (30), um grupo de soldados israelenses disfarçados infiltrou em um hospital na Cisjordânia para assassinar integrantes do Hamas em uma operação militar secreta. Os agentes estavam vestidos como mulheres palestinas, profissionais de saúde, e até uma pessoa com deficiência.

O que aconteceu é sem precedentes,” afirmou Tawfiq al-Shobaki, o porta-voz do hospital Ibn Sina, na cidade de Jenin. “Nunca houve um assassinato dentro de um hospital. Houve prisões e agressões, mas não um assassinato.

No total, as Forças Armadas de Israel (IDF) mataram três palestinos, de forma rápida e de modo que não chegou a ocorrer troca de tiros. De acordo com Israel, um dos alvos era Mohammed Jalamneh, um comandante da brigada Al-Qassam do grupo terrorista – o que o Hamas confirmou, intitulando a operação ao todo como um “assassinato covarde“.


Cama de hospital com marca de tiro e sangue no hospital Ibn Sina. (Foto: reprodução/Reuters/Raneen Sawafta)


Alvos da operação

Os alvos dos soldados israelenses foram identificados como os seguintes: Mohammed Jalamneh, um dos comandantes do grupo Hamas; Basel e Mohammed Ghazawi, irmãos que estavam abrigados no hospital.

De acordo com as autoridades militares israelenses, estes últimos dois também eram integrantes do grupo terrorista, e estavam envolvidos nos ataques. Já o hospital afirmou que Basel estava hospitalizado por paralisia parcial desde outubro do ano passado, imobilizado há praticamente quatro meses.

Crime de guerra

As convenções de Genebra, formadas após a Segunda Guerra Mundial e base das leis humanitárias internacionais, são claras sobre operações militares em hospitais.

É proibido transformar hospitais civis em zona de conflito,” clarifica Mathilde Philip-Gay, especialista da Universidade de Lyon. “É também proibido utilizar populações civis, os doentes ou os feridos como escudos humanos. É um crime de guerra, como é atirar dentro de um hospital.

Uma vez que não foi documentada a troca de tiros – embora Jalamneh supostamente estivesse armado, de acordo com a IDF – as tropas israelenses foram as únicas a atirar em um local supostamente protegido. Assim se explicam graves críticas às ações dos soldados, como a condenação do ataque pelo Ministério da Saúde da Palestina, que agora pede para a comunidade internacional pressionar Israel para suspender tais operações em hospitais.

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