Joe Biden virou o centro das atenções novamente em menos de 24 horas por conta de mais uma confusão, dessa vez trocando o nome de sua vice-presidente Kamala Harris pelo de Donald Trump, seu atual rival direto e candidato à presidência dos Estados Unidos.
Em uma postagem nas redes sociais, Trump aproveitou o erro para zombar de Biden dizendo:
“Joe desonesto começa sua coletiva de imprensa com: ‘Eu não teria escolhido a vice-presidente Trump para ser vice-presidente, embora eu ache que ela não era qualificada para ser presidente'”, escreveu Trump, ironizando: “Ótimo trabalho, Joe!”
Horas antes, o presidente já havia cometido uma gafe em seu discurso na Cúpula da Otan, ao chamar o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pelo nome do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Biden notou seu erro e voltou para corrigi-lo.
Um atraso nada comum na Casa Branca, fez com que a coletiva agendada para 19h30, se iniciasse apenas uma hora depois, refletindo um clima tenso e complicado ante os últimos acontecimentos. Mesmo com vários pedidos de aliados para desistir da reeleição, Biden garante que vai continuar na corrida presidencial, enfatizando que não se trata de um “legado” e sim para “terminar o que começou”.
Kamala Harris como sucessora
Quando questionado sobre a vice-presidente Kamala Harris assumir a presidência em seu lugar, Biden reafirmou sua vontade em continuar na disputa, confiando em suas chances eleitorais, mas expôs as razões pelas quais Harris também seria uma boa escolha para o cargo:
A maneira como ela lidou com a questão da liberdade do corpo das mulheres, para que tenham controle sobre seus corpos. Em segundo lugar, sua capacidade de lidar com qualquer questão ainda em andamento. Ela foi uma excelente promotora. Ela era uma pessoa de alto nível no Senado (…) Eu não a teria escolhido se não achasse que ela era qualificada para ser presidente. Desde o início, não escondi isso. Ela é qualificada para ser presidente, foi por isso que a escolhi.
Kamala Harris vem subindo nas pesquisas liderando Donald Trump com 49% de intenção dos votos, tanto por suas propostas como a defesa ao direito das mulheres e seu histórico no Senado, como reflexo da preocupação dos democratas com a capacidade mental de Joe Biden para continuar na presidência.
Outra pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, revelou que há uma proporção de 85% de eleitores que consideram o atual presidente muito “velho” para continuar na disputa, quando questionados sobre a aptidão mental dos candidatos. Outra parte da pesquisa considerou que nenhum dos candidatos está apto para a eleição com pontos como: proposta, honestidade e confiabilidade.
O nome da vice-presidente surge ainda mais quando as ações de Biden e Trump são comparadas, com políticas que contrastam totalmente, incluindo a relação à Otan e a segurança nacional dos Estados Unidos. A esperança dos democratas é que Harris possa continuar com o planejamento do governo Biden e evitar que assim, Donald Trump retorne ao poder.
Pressão de todos os lados
A preocupação com o desempenho de Joe Biden é cada vez mais nítida por aliados e eleitores democratas. Além dos deslizes cometidos na noite de ontem (11), o presidente dos Estados Unidos teve uma atuação desastrosa em seu primeiro debate, demonstrando insegurança nas palavras e uma postura “desequilibrada” frente aos ataques de Donald Trump.
Este foi apenas o primeiro episódio que traria angústia ao público considerando Biden inapto por sua idade e mente. As afirmações vem ganhando força com suas últimas aparições sem um bom aproveitamento, além de expor sua capacidade cognitiva, que tem tido mais foco do que suas ações – dificultando a crença de uma possível reeleição.
Além de tudo, famosos apoiadores do Partido Democrata, como George Clooney, Rob Reiner, John Cusack, Michael Morre e Stephen King, estão a favor da desistência de Biden da candidatura à presidência.
Clooney chegou a comentar em artigo publicado no “The New York Times”, que lamenta o fato de Joe Biden “não ser mais o mesmo” e citou que sente “falta de vigor” no presidente. A maioria dos famosos seguem pela mesma linha de raciocínio, destacando a necessidade de uma liderança “mais jovem” diante dos desafios democráticos atuais dos Estados Unidos.
Mesmo com o pessimismo dos democratas, Biden segue na disputa presidencial e tem focado em sua agenda, ainda que sua campanha esteja ameaçada e com falta de fé da população.