Justiça do Rio decide manter prisão de MC Poze do Rodo
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro manteve nesta quinta-feira (29) a prisão do MC Poze do Rodo após audiência de custódia. O cantor está no Presídio José Frederico Marques em Benfica, Zona Norte da capital. Agora, as autoridades o transferirão para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Agentes da Polícia […]
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro manteve nesta quinta-feira (29) a prisão do MC Poze do Rodo após audiência de custódia. O cantor está no Presídio José Frederico Marques em Benfica, Zona Norte da capital. Agora, as autoridades o transferirão para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Agentes da Polícia Civil cumpriram mandado de prisão temporária na residência do cantor, localizada em um condomínio de alto padrão no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele responde à investigação por apologia ao crime e possível envolvimento com o tráfico de drogas.
Durante coletiva de imprensa na manhã de hoje (29), o delegado Felipe Curi, secretário estadual de Polícia Civil, afirmou que o artista realizava shows, principalmente, em áreas controladas pelo Comando Vermelho. Segundo a polícia, traficantes armados participavam ativamente desses eventos e financiavam as apresentações.
Segundo delegado, Poze era “instrumento de propaganda da facção“
Conforme o delegado Curi afirmou, as músicas de MC Poze do Rodo serviam como propaganda para o Comando Vermelho. Além disso, segundo ele, as letras exaltavam armas de grosso calibre e incentivavam confrontos entre facções criminosas.
Por outro lado, a investigação indica que o cantor realizava shows apenas em áreas controladas pelo Comando Vermelho. Nessas áreas, traficantes armados garantiam a segurança dos eventos. Durante buscas na residência do artista, a polícia apreendeu um carro de luxo, celulares, documentos e joias. Algumas dessas joias tinham símbolos ligados à facção.
Diante desse cenário, a Polícia Civil reforçou que as músicas do MC ultrapassam os limites da liberdade de expressão e configuram crimes de apologia ao tráfico e associação criminosa. Por fim, o delegado Carlos Oliveira, subsecretário operacional da corporação, destacou que a investigação não criminaliza a arte, mas sim o uso da música para atrair jovens para o crime organizado.
O que diz a defesa do cantor
O advogado de MC Poze do Rodo, Fernando Henrique Neves, afirma que a prisão do cantor é injusta e carece de provas concretas para sustentar a acusação de apologia ao crime. Segundo ele, nenhuma arma foi encontrada na residência do artista durante a operação policial.
No entanto, a defesa também questiona a interpretação das letras das músicas, argumentando que elas retratam a realidade das comunidades e não incentivam práticas criminosas. Além disso, o advogado reforça que a prisão é temporária e pretende entrar com um pedido de habeas corpus para garantir a liberdade do cantor.
