Com a diminuição gradual do nível das águas do Guaíba, moradores de Porto Alegre relatam um forte mau cheiro, causado por restos mortais de peixes, outros animais, insetos e animais peçonhentos.
A lama e o lodo ainda cobrem as áreas inundadas. Só na última semana, os garis removeram mil toneladas de resíduos. Com muitos pontos da cidade ainda submersos, os profissionais só conseguem atuar onde há acesso. Seis bairros permanecem completamente inacessíveis.
Carlos Alberto Hundertmarker, diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), afirmou que os garis estão organizados em 21 grupos, cada um responsável por uma área da cidade, em uma força-tarefa inédita.
Segundo ele, a rotina dos trabalhadores é pesada, e a área do Mercado Público é uma das mais críticas. O DMLU também está preocupado com a grande quantidade de resíduos que precisará ser descartada.
Retomada do abastecimento de água
Paralelamente, as autoridades intensificam os esforços para retomar o abastecimento de água. Na capital, cinco dos seis sistemas já voltaram a operar, embora com vazão reduzida devido à turbidez da água do Guaíba. Apenas a Estação de Tratamento de Água das Ilhas ainda não está funcionando.
A recuperação do sistema Moinhos de Vento é considerada essencial, pois abastece 150 mil pessoas, incluindo algumas das regiões mais nobres da cidade e sete dos principais hospitais.
Drenagem lenta
A drenagem das áreas ainda submersas é uma prioridade. Com apenas nove das 23 estações de bombeamento de água pluvial funcionando, o escoamento é lento. A chegada de 18 bombas flutuantes de alta capacidade, enviadas pela Sabesp, ajudará no trabalho. Nove dessas bombas ficarão na capital; uma já está em operação no bairro Sarandi.
O restante do equipamento deve ser instalado ao longo desta semana. Os bairros Humaitá e a região do Aeroporto Salgado Filho também receberão as bombas inicialmente. Em outras cidades, como Canoas e São Leopoldo, bombas já estão em funcionamento.
Primeira morte por leptospirose
No Vale do Taquari, a cidade de Travesseiro registrou a primeira morte por leptospirose desde o início das tempestades. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a informação, divulgada pelo vice-prefeito Tiago Weizenmann. Outros três casos da doença estão sendo monitorados. A vítima, Eldo Gross, de 67 anos, morreu na sexta-feira.