Quase 150 pessoas trans foram assassinadas em 2023, segundo relatório

Victor Kallut Por Victor Kallut
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Brasil continua como o país que mais mata pessoas trans no mundo (Reprodução: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Nesta segunda-feira (29), data em que se comemora o Dia da Visibilidade Trans, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) divulgou seu relatório anual, o qual aponta que, no ano passado, 145 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, 14 a mais do que em 2022. De acordo com a Antra, este número pode ser ainda maior, visto que não existem dados oficiais sobre a violência contra essa população no país.

São Paulo é o estado com mais mortes

São Paulo voltou a ocupar o lugar de estado com o maior registro de assassinatos de transexuais, com 19 casos; o número representa um aumento de 79% se comparado com o ano anterior, no qual ocupou o segundo lugar nas estatísticas. Outro estado que também teve um aumento em relação a 2022 foi o Rio de Janeiro: com 8 mortes em 2022, ele passou para 16 e ficou na segunda posição do ranking. O terceiro colocado foi o Ceará, estado no qual 12 mortes foram contabilizadas.


VIII Caminhada Trans teve o tema “Pelo Direito de Sobreviver, Existir e Resistir” e ocorreu na Avenida Paulista no último domingo (28) (Foto: reprodução/Paulo Pinto/Agência Brasil)

Em uma perspectiva internacional, o Brasil permanece como o país que mais mata pessoas trans no mundo, condição que mantém há 15 anos consecutivos, segundo dados da ONG Transgender Europe, que monitora mais de 170 nações ao redor do mundo.

Maioria das vítimas é negra

O relatório da Antra também divulgou o perfil das pessoas assassinadas, e mais de 70% delas eram negras, e 34% tinham entre 18 e 29 anos. Também foi constatado que a maior parte dos crimes são cometidos contra mulheres trans: foram 146 das 145 mortes, o que representa 94%.

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