Nesta sexta-feira (19), a Ucrânia derrubou uma aeronave bombardeira russa, marcando a primeira vez na guerra que um armamento desse tipo é repelido de forma bem-sucedida. De acordo com as autoridades da Rússia, dos quatro pilotos, um foi confirmado morto, e outro está desaparecido.
“Pela primeira vez, unidades de mísseis antiaéreos da Força Aérea, em cooperação com a Inteligência de Defesa da Ucrânia, destruíram um bombardeiro estratégico de longo alcance Tu-22M3“, afirmou a Força Aérea da Ucrânia em um comunicado.
A aeronave, que segundo o comandante Mykola Oleshchuk estava sendo utilizada como porta-mísseis supersônico de longo alcance para atacar cidades ucranianas, foi abatida na região de Stavropol, no sul do país. Embora as autoridades russas tenham afirmado que o avião militar caiu devido a um problema técnico, a Ucrânia posteriormente tomou crédito pelo abatimento da nave.
Bombardeios
O modelo Tu-22M3 é especificamente arquitetado para destruir alvos, tanto terrestres quanto marítimos, a partir de mísseis guiados e bombas aéreas. Trata-se do exato tipo de munição utilizada no ataque presenciado pelo território ucraniano pouco antes, na região de Dnipropetrovsk. Os mísseis, atingindo edifícios residenciais, deixaram 8 mortos e mais de 25 feridos.
“A Rússia deve ser responsabilizada pelo seu terror e cada míssil, cada Shahed deve ser abatido,” disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “O mundo pode garantir isso e os nossos parceiros têm as capacidades necessárias.”
Geopolítica
Com a continuidade do conflito, os ministros das Relações Exteriores do G7 concordaram em “reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia“. As autoridades do país esperam que isso seja a entrega de um sistema de defesa aérea, que vem sido requisitado já há muito tempo para derrubar as aeronaves da Rússia.
Entre outras medidas, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos também vai votar, nesse sábado (20), sobre a entrega de um pacote de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 305 bilhões), que vem sido bloqueado por congressistas republicanos. Caso Washington não envie mais ajuda militar, o diretor CIA, Bill Burns, já afirmou que a Ucrânia poderá perder a guerra até o final de 2024.