Zelensky pede mísseis Tomahawk a Trump, que evita se comprometer sobre ataques à Rússia

Reunião em Washington expõe pressão ucraniana por armas e a cautela de Trump em meio às conversas com Putin sobre um possível cessar-fogo

17 out, 2025
Trump e Zelensky em nova reunião | Reprodução/Getty Images Embed/Tom Brenner
Trump e Zelensky em nova reunião | Reprodução/Getty Images Embed/Tom Brenner

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira (17) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. O encontro, que durou cerca de 2h30, foi descrito pelo ucraniano como “produtivo”. Segundo Zelensky, os dois discutiram questões militares, incluindo o fornecimento de armamentos e defesas aéreas, mas o americano não confirmou se irá enviar mísseis Tomahawk a Kiev.

Confiamos nos Estados Unidos. Confiamos que o presidente quer acabar com esta guerra”, declarou Zelensky após a reunião. Trump, por sua vez, afirmou em sua rede Social que teve uma conversa “cordial” com o líder ucraniano, mas reforçou o apelo para que as partes cheguem a um acordo de paz: “Disse a ele, como também sugeri a Putin, que é hora de parar com a matança e fazer um ACORDO!”.

A reunião aconteceu um dia depois de Trump conversar por mais de duas horas com o presidente russo, Vladimir Putin. O americano informou que ambos combinaram um novo encontro em Budapeste, na Hungria, na tentativa de avançar nas negociações pela paz.

Pressão por mísseis e impasse diplomático

Zelensky tem pressionado Washington para liberar mísseis Tomahawk, armamento de longo alcance e alta precisão, que dariam à Ucrânia maior capacidade de atingir alvos em território russo. No entanto, Trump se manteve evasivo sobre o tema. “É uma escalada da guerra, vamos discutir isso. Preferimos que eles não precisem dos Tomahawks”, disse o presidente americano.

O líder ucraniano mostrou a Trump e assessores mapas com possíveis alvos estratégicos na Rússia que poderiam ser atingidos com os mísseis. Fontes próximas à delegação de Zelensky afirmam que a iniciativa buscou convencer Washington de que ataques mais precisos fortaleceriam a posição de Kiev nas negociações.

Durante o encontro, Trump chegou a elogiar o paletó de Zelensky e o chamou de “líder forte”. A reunião foi mais amistosa do que a anterior, em fevereiro, quando ambos trocaram farpas em meio a divergências sobre o rumo da guerra.


Presidente ucraniano solicitou ajuda militar a Donald Trump (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Andrew Harnik)

Trump tenta equilibrar relações com Rússia e Ucrânia

Apesar de manter contato direto com Vladimir Putin — inclusive recebendo o russo no Alasca meses atrás —, Trump tem adotado recentemente um tom mais favorável à Ucrânia. Ele chegou a defender a recuperação integral do território ocupado por Moscou, mas insiste que o caminho deve ser o diálogo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura desde fevereiro de 2022 e, apesar de múltiplas rodadas de negociação, não há avanços concretos rumo a um cessar-fogo. Trump tenta se posicionar como mediador do conflito, enquanto reforça sua promessa de campanha de “acabar com as guerras” iniciadas sob o governo anterior.

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